Aumento no número de residências e o impacto no acesso a água potável e infraestrutura
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Hoje, no Brasil, 35 milhões de brasileiros ainda vivem sem acesso à infraestrutura básica, e outros 100 milhões vivem sem coleta de esgoto
O Dia da População Mundial, celebrado em 11 de julho e criado pela ONU em 1987, tem o intuito de alertar a comunidade a respeito do desenvolvimento e do planejamento populacional. Na última semana, o censo demográfico indicou que a população brasileira aumentou 6,5% (para 213 milhões) entre 2010 e 2022. Já o número de residências cresceu 34% (para 91 milhões) no mesmo período. O avanço populacional versus a criação de políticas públicas que atendam a todos preocupa especialistas do setor.
Hoje, no Brasil, 35 milhões de brasileiros ainda vivem sem acesso à infraestrutura básica, e outros 100 milhões vivem sem coleta de esgoto, segundo dados do Instituto Trata Brasil. Dados do mesmo levantamento mostram que na região Norte, apenas 13,1% da população tem acesso a coleta de esgoto, 30% no Nordeste, 47,4% no Sul, 59,5% no Centro-Oeste e por fim no Sudeste 19,5% não possui nenhum tipo de tratamento de esgoto.
As metas do setor são alcançar 99% da população com água tratada e 90% com coleta de esgoto até 2035, mas os números indicam que o esgotamento sanitário atinge somente 50% da população brasileira. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Governo Federal, mostra que dobraram os pedidos para ligação em rede entre 2002 e 2021, mas o número de pessoas atendidas cresceu menos: 37%.
O crescimento populacional desenfreado, tem causado desequilíbrio no saneamento básico em várias partes do mundo. Em Maio de 2023, a ONU divulgou que a Índia se tornou o país mais populoso do mundo com 1,428 bilhões de habitantes, superando a China com 1,425 bilhões. Os dois países já vinham mostrando preocupação extrema em relação à falta de instalações adequadas de higiene e outras questões ambientais.
Para Fernando Silva, sócio-fundador da PWTech, startup referência no acesso à água potável em crises humanitárias, atingir a universalização do saneamento básico no país ajudaria a resolver outros problemas setoriais no Brasil, como problemas na saúde pública e educação.
“Se o governo passasse a investir no setor de saneamento, os resultados iriam muito além de apenas melhorar a qualidade de vida da população. Um estudo recente feito pelo Instituto Trata Brasil mostra que, se o Brasil cumprisse essa universalização, seriam de R$815,7 bilhões em 19 anos, podendo ser revestidos nos setores de educação, turismo e saúde. Hoje, o crescimento populacional é mais um alerta para que ações governamentais sejam tomadas o mais breve possível”, complementa o especialista.
Apesar de ser uma realidade distante, hoje já existem muitas inovações e ferramentas digitais que vêm ganhando espaço no setor, com intuito de auxiliar nesta mudança. A PWTech que criou um purificador de água leve e portátil, capaz de transformar água suja em potável e a Lurb Solution, por exemplo, oferece um contêiner semienterrado para frear o descarte irregular.
Giovanna Montagner <giovanna@pressfc.com.br>