Conscientização sobre os impactos ambientais e sociais das organizações cresce

Há cobranças de todos os lados: os stakeholders, incluindo investidores, funcionários, clientes e a sociedade em geral, estão cada ver mais exigentes


por Mayara Zunckeller, Gerente de Operações na TÜV Rheinland

As práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) têm se tornado cada vez mais relevantes no cenário empresarial e, à medida que a conscientização sobre os impactos ambientais e sociais das organizações cresce, as empresas enfrentam o desafio de assumir a responsabilidade por suas ações ambientais e evitarem práticas enganosas de “greenwashing”.

Há cobranças de todos os lados: os stakeholders, incluindo investidores, funcionários, clientes e a sociedade em geral, estão cada ver mais exigentes, cobrando das empresas a adoção de práticas mais responsáveis e sustentáveis. Isso permeia desde questões ambientais que estão sob seu controle, como a redução das emissões de carbono, o uso eficiente de recursos naturais e a proteção da biodiversidade, até temas mais amplos como as mudanças climáticas.

De acordo com a pesquisa ‘Climate Check 2022’, conduzida pela Deloitte, 84% das empresas já estão executando estratégias de mitigação (combate às causas de mudanças climáticas) e 50% já implementaram ações de adaptação dos negócios de modo a engajá-los no combate às mudanças climáticas já em andamento. Com isso, surge um desafio: demonstrar o comprometimento e a efetividade destas ações.

Uma forma de superar este desafio é adotar abordagens claras e mensuráveis que permitam demonstrar o comprometimento e a efetividade de suas ações ESG, tais como:

Transparência e divulgação de informações: Isso envolve divulgar relatórios regulares e abrangentes sobre seus impactos, metas, iniciativas e progresso na implementação das práticas sustentáveis. As informações devem ser claras, confiáveis e acessíveis, permitindo que os stakeholders compreendam as ações da empresa e avaliem seu desempenho.

Estabelecimento de metas mensuráveis: Por exemplo, estabelecer metas de redução de emissões de carbono, de uso de energia renovável, entre outras. Essas metas devem ser realistas e alinhadas com as diretrizes internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Monitoramento e relatório de desempenho: Implementação de sistemas robustos de monitoramento para acompanhar o desempenho em relação às metas estabelecidas. Isso inclui a coleta de dados relevantes, a análise precisa e publicação regular dos resultados.

Engajamento dos stakeholders: Estabelecer canais de diálogo e mecanismos de consulta para envolver os diferentes públicos em suas iniciativas. Isso inclui ouvir ativamente as preocupações e expectativas dos stakeholders, responder perguntas e receber feedback, sempre considerando suas perspectivas na tomada de decisões.

Certificações e selos de sustentabilidade: Buscar certificações e selos reconhecidos que validem as práticas e o desempenho sustentável das empresas. Essas credenciais podem aumentar a confiança dos stakeholders e diferenciar as empresas que estão verdadeiramente comprometidas com as práticas ESG.

Inovação e colaboração: Investir em pesquisa e desenvolvimento de soluções sustentáveis, colaborar com outras empresas, instituições acadêmicas e organizações não governamentais para compartilhar conhecimentos, recursos e melhores práticas. A colaboração também pode envolver parcerias com fornecedores e clientes para estabelecer cadeias de suprimentos mais sustentáveis.

Não há fórmula exata, cada empresa possui desafios distintos. Enfrentá-los requer um compromisso contínuo e abrangente por parte das companhias, integrando práticas sustentáveis em sua estratégia de negócios e envolvendo todos os níveis da organização. Ao adotar abordagens transparentes, mensuráveis e colaborativas, as empresas podem fortalecer sua posição como agentes de mudança positiva, contribuindo para um futuro mais sustentável.

Allan Costa <allan.costa@intelligenzia.com.br>

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