Webinar: ABNT NBR 17100-1: Gerenciamento de Resíduos Parte 1: Requisitos Gerais
ABES -
Nesta segunda (24), a Câmara Temática de Resíduos Sólidos da ABES deu espaço para a apresentação detalhada sobre a nova norma e seu norteamento
Por meio do ABES Conecta foi realizado, nesta segunda-feira, 24 de julho, o webinar sobre o tema “ABNT NBR 17100-1: Gerenciamento de Resíduos Parte 1: Requisitos Gerais”. O convidado para abordar o tema foi Luiz Carlos Busato, consultor especialista em projetos relacionados aos temas de resíduos, mudanças climáticas e sustentabilidade setorial e da indústria.
Com apresentação de Roseane Garcia, coordenadora da Câmara Temática de Resíduos Sólidos da ABES e diretora da ABES-SP; e moderação de Alice Libânia, professora titular do Centro Universitário UMA e coordenadora da Câmara Técnica de Resíduos Sólidos da ABES-MG. Sérgio Pinheiro, assessor especial da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, participou como debatedor.
Realizado pela Câmara Temática de Resíduos Sólidos da ABES, o webinar contou com transmissão online pelo canal da entidade no YouTube.
Alice Libânia destacou a importância de promover este webinar sobre uma norma tão relevante para o setor de resíduos, passando a palavra para o palestrante Luiz Carlos Busato, que também coordena a ABNT/CEE246 (Comissão de Estudo Especial de Gestão de Resíduos Sólidos e Logística Reversa.
Busato iniciou a apresentação com um panorama sobre a atuação da ABNT nesta área, com destaque para o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) na visão da gestão dos resíduos sólidos. As considerações sobre os desafios que a questão dos resíduos imprime aos players do setor foi um ponto fortemente ressaltado pelo especialista. “Falamos muito sobre mudanças climáticas como uma crise global, mas temos que lembrar também que a questão dos resíduos tem muitos paralelos em termos da sua relevância e da sua visão como uma crise e uma emergência também”, salientou.
Desta forma, o especialista trouxe o exemplo da poluição por microplásticos nos oceanos e o quanto essa situação ilustra a criticidade do assunto ligado aos resíduos em termos globais e causa impacto no dia a dia de todos nós. “Essa condição nos leva até a uma percepção maior sobre os desafios que a questão das mudanças climáticas, por exemplo, representa para quem atua na gestão de resíduos sólidos. Diante disso, é impossível termos a questão climática resolvida sem ter resolvido a problemática dos resíduos. Os dois temas caminham praticamente juntos no que concerne à sustentabilidade”, apontou.
No desenvolvimento de sua palestra, Luiz Carlos Busato explicou as atividades da CEE com detalhes sobre o trabalho para o desenvolvimento da norma ABNT NBR 17100-1, cujo seu objetivo primordial é de oferecer ferramentas baseadas no estado da arte para toda a cadeia do gerenciamento de resíduos. “Foi uma discussão ampla para chegar nesta normatização uma vez que já existe a Política Nacional de Resíduos, entre outros termos legais no país. Uma norma cumpre o papel de transmitir o estado da arte e, depois, de uma adoção voluntária em cima dela e foi focado nisso que desenvolvemos este trabalho no CEE”, situou, destacando que as ações da comissão visaram atender, entre vários quesitos, as mudanças do modelo de gerenciamento de resíduos integrando a visão do modelo linear para o modelo circular.
Na sequência, os objetivos da Parte 1 da ABNT NBR 17100-1 foram explicados por Busato, com considerações sobre os seus principais ganhos e referências alusivas aos Anexos, suas definições técnicas, entre outros detalhes.
A apresentação proporcionou um debate elucidativo, que contou com a participação de Sérgio Pinheiro, assessor especial da SEMARH do RN, que junto com Busato e Alice Libânia, contribuiu para tirar diversas dúvidas do público, principalmente em relação às discussões que envolvem a gestão de rejeitos e resíduos, que foi um dos pontos focais levantados neste debate.
Ao final do webinar, Roseane Garcia agradeceu aos especialistas por terem conduzido este debate tão importante mostrando que a norma ABNT NBR 17100-1 é fruto do consenso. “Buscar esse consenso é o que traz o alinhamento para uma norma nacional. Sabemos que esse processo faz parte de um desafio grande e o maior agora é que possamos ter harmonia com as normas que estão saindo dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, da Vigilância Sanitária, entre outros entes federativos. Essa é uma questão que precisamos trabalhar juntos para trazer os esclarecimentos necessários e avançar nos cumprimentos das normas e, também, para o bem da gestão dos resíduos sólidos”, enfatizou.