Projeto Água Segura instala 46 filtros comunitários de água de alta capacidade

Iniciativa de Enterogermina, em parceria com a consultoria CAUSE, e as organizações Água Segura e Saúde e Alegria, concluiu rodada de distribuição de água


O projeto Água Segura -- realizado em parceria com Enterogermina (da unidade de consumo na Sanofi), a consultoria CAUSE e as organizações Água Segura e Saúde e Alegria -- concluiu a etapa de expedições às comunidades da região de Santarém, Itaituba e Jacareacanga (PA). A iniciativa instalou 46 filtros comunitários de água de alta capacidade em escolas municipais, nas regiões da Várzea, Resex Tapajós Arapiuns e Território Indígena Munduruku.

A ação também foi possibilitada pelo apoio da Sapopema, Colônia de Pescadores Z-20, Mopebam, Feagle e DSEI Rio Tapajós, que visa contribuir para que os locais tenham acesso à água potável e assim diminuir os problemas causados por doenças transmitidas pela água inadequada. Ao todo, esta fase do projeto impactou 2.233 famílias, totalizando 9.030 pessoas.

Parte das comunidades selecionadas se encontram nas zonas mais atingidas pelas águas barrentas e contaminadas por despejo inadequado de dejetos, muitos oriundos do garimpo ilegal. Logo, as populações ficam suscetíveis a doenças, como demonstra um estudo da Universidade Estadual do Pará (UEPA)*, que investigou a mortalidade infantil por doenças parasitárias e infecciosas no Estado. O levantamento concluiu que 92,5% das mortes de crianças de até 01 ano acontecem nas comunidades indígenas. Sendo que do número total de mortes registradas, ao menos 24,1% estão associadas a diarreias e gastroenterites.

Com o propósito de trazer alguma melhoria para este cenário, durante o processo de distribuição dos filtros, foram ministradas oficinas de higiene e manutenção, para autogestão comunitária. Tomas Correia Santana, cacique da Aldeia do Aningalzinho, conta como a ação deve favorecer seu povoado: “Aqui não temos um sistema de água tratada. Minha filha e outras crianças sentem as consequências disso, e têm dores de barriga sempre, pois consomem a água que é retirada dos rios e vai diretamente para a caixa d’água. Por isso, recebemos de braços abertos essa doação dos filtros para as escolas, para nossas crianças. Alunos e professores terão sua saúde mais protegida tomando a água limpa, e toda nossa aldeia também será beneficiada com a iniciativa”. 

A comunidade Costa do Tapará também comemorou a entrega do filtro. “A água que a gente utiliza é retirada diretamente do rio Amazonas e nós não tínhamos como purificar. Essa doação que recebemos é de grande importância para nossa comunidade porque agora nós podemos beber água limpa", contou a diretora da escola São Benedito, uma das contempladas, Edilene Ferreira.

Dentre as regiões selecionadas, a do território indígena Munduruku se destaca pela fartura em ouro, é onde se localiza a cidade de Itaituba (PA), que é conhecida como “a capital do garimpo” e se tornou o segundo maior foco dos garimpos ilegais no Brasil, segundo o Instituto Socioambiental (ISA), que aponta mais de 80 pontos de mineração ilegal dentro dessa área. E, de acordo com dados de estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 81% de todo o ouro ilegal do país é extraído do local.

A atividade é extremamente nociva e tem colocado a vida de milhares de habitantes locais em risco, uma vez que rejeitos de mineração são jogados nos rios e contamina os afluentes e os peixes, fazendo com que os ribeirinhos e indígenas tenham alta concentração de mercúrio no sangue, segundo levantamento da Fiocruz. Neste sentido, o maior desafio para os povoados desta região é garantir o bem-estar e a saúde consumindo água potável.

Caetano Scannavino, coordenador do PSA (Projeto Saúde e Alegria), reforça que a questão da água e do saneamento sempre foi entendida como uma das principais prioridades do trabalho: “É preciso de uma soma de esforços de todos, governos, empresas, organizações, academia, comunidades, para superarmos essa contradição amazônica, onde a população ribeirinha passa por estresse hídrico numa das maiores bacias de água doce do mundo. A contaminação dos rios é a origem de boa parte das doenças, ainda a maior causa da mortalidade infantil na região. Se já é difícil aceitar a perda de uma criança, em pleno terceiro milênio não podemos aceitar que suas vidas sejam levadas em função de diarréias, desidratação, doenças que poderiam ser evitadas”.

“Sabemos que as demandas indígenas são inúmeras e não se encerram na escassez da água tratada, mas, sobretudo diante dos constantes ataques aos direitos dessas populações, chamamos atenção para a importância de projetos como esse, que mobilizam múltiplos setores da sociedade em prol de uma causa fundamental. Vamos levar essa solução e buscar juntá-la com tecnologias locais para incluir a filtragem de metais pesados”, comenta Bruno Barbosa, Diretor de operações da CAUSE, que atua diretamente no projeto.

Projeto Água Segura em números 

Desde a sua implantação, em 2021, a ação já impactou 18 comunidades, mais de 872 famílias diretamente – mais de 840 crianças de até cinco anos também foram alcançadas - e cerca de 5.000 indígenas foram beneficiados com a tecnologia de tratamento de água e informações sobre saúde comunitária.

O projeto Água Segura já realizou a entrega de 46 filtros em 46 comunidades, impactando 2.233 famílias, totalizando 9.030 pessoas. A ideia da CAUSE é, juntamente com as organizações parceiras, levar essa e outras soluções tecnológicas para incluir também a filtragem de metais pesados.

“O projeto Água Segura deve prever mais uma fase de entrega de filtros em breve, que está sendo viabilizada por meio da campanha "Você Compra & Enterogermina Doa" da edição do ano passado. Na qual consumidores de Enterogermina doam diretamente para a causa, a cada caixa de um dos produtos adquiridos nos canais de venda dentro do período da campanha, parte do valor foi utilizado para a compra dos filtros, logística e realização das ações educacionais, lideradas pela Cause. A ação “Você Compra e Enterogermina Doa” foi um sucesso em 2022, superamos a compra de filtros de água para as comunidades do Pará e agora a Cause está concluindo as entregas, que com certeza irão impactar de forma positiva as famílias que mais precisam. Além disso, já estamos a todo vapor com a edição desse ano da ação “Você Compra e Enterogermina Doa”, destaca Juliana Mendes, Marketing do pilar Digestivo em Consumer Healthcare na Sanofi.

A nova fase da campanha se iniciou no último dia 01 de maio e vai até 31 de julho, nesta etapa o foco das entregas de filtros será no Território Indígena Munduruku.

Jade Wolf <jade.wolf@amotara.com>

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