Brasil é central na estratégia da ENGIE de ampliar a geração de energia renovável
FSB Comunicação -
O executivo destacou o papel do Brasil no atingimento das metas globais do grupo de chegar ao net zero em 2045 e a 80 mil MW de capacidade de geração
O Brasil é central na estratégia da ENGIE de ampliar a geração de energia renovável, construir infraestrutura para transporte de energia e gás natural, bem como soluções para cidades e de descarbonização. Tal cenário foi traçado pelo CEO da ENGIE Brasil, Maurício Bähr, na abertura do ENGIE Day, que aconteceu esta semana, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, reunindo cerca de 500 pessoas, dentre clientes, fornecedores, acionistas e colaboradores da ENGIE, além de autoridades do setor de energia.
O executivo destacou o papel do Brasil no atingimento das metas globais do grupo de chegar ao net zero em 2045 e a 80 mil MW de capacidade de geração de energia renovável em 2030. "Temos projetos de 2.000 MW em energia renovável no país, com investimentos que superam R$ 10 bilhões. Além disso, estamos ampliando a rede de gasodutos da Transportadora Associada de Gás (TAG) e vencemos leilão para mais uma linha de transmissão, de 1.000 Km, que irá levar energia do Nordeste para o Sudeste. Esses empreendimentos estão alinhados com o nosso propósito de agir para acelerar a transição energética justa", ressaltou Bähr.
Nesse contexto, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, afirmou que estudos recentes apontam que, até 2040, o Brasil terá o dobro de demanda de energia que possui hoje e que, portanto, o país precisa investir na sua capacidade instalada – em todas as fontes renováveis.
Heloísa Borges, diretora de Estudos de Petróleo e Gás Natural da EPE, destacou que o Brasil tem uma grande "abundância de recursos naturais e potencial para atração de investimentos. Nossa matriz energética hoje é o que o mundo planeja para 2050", afirmou.
Gannoum lembrou ainda que é fundamental a aprovação de projetos de lei que promovam segurança jurídica para atrair mais investimentos para o país, tais como o PL de eólicas offshore, o PL de hidrogênio verde e o PL de mercado de carbono, "fundamentais para garantir a transição energética no Brasil".
Para Ana Meyer, desenvolvedora de negócios de Hidrogênio Verde da ENGIE, o hidrogênio é uma das grandes vocações do Brasil porque o país tem todos os fundamentos necessários e recursos naturais competitivos. "É uma grande oportunidade para a descarbonização da indústria. Siderurgia, mineração e petroquímico são setores intensivos em consumo energético e o hidrogênio surge para descarbonizar esses processos", afirma.
Indústria e eficiência energética
Ainda que o uso do solo represente a maior fatia das emissões do Brasil, a indústria precisa avançar em eficiência energética especialmente por meio da troca de equipamentos obsoletos, segundo Venilton Tadini, presidente da Abdib.
Nesse sentido, a ENGIE oferece produtos e serviços para ajudar clientes a descarbonizarem suas atividades. "Quando encontramos, na indústria, vários processos e equipamentos obsoletos, consumindo energia acima da média, vemos nisso 'o começo do fim'. E aí ou fazemos alguma coisa para melhorar ou não vamos ser competitivos", disse João Pínola, diretor de Utilities da ENGIE Soluções.
Um dos pontos a serem endereçados é o financiamento, no qual o BNDES se insere como um agente fundamental. Uma das ideias para aumentar os recursos destinados às energias renováveis é utilizar o Fundo Clima, segundo Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES. "Temos uma janela de oportunidade para sermos uma potência em renováveis e podemos usar o Fundo Clima."
Gás Natural
Segundo Gustavo Labanca, diretor-presidente da TAG e que também esteve presente em um dos painéis do evento, "passados dois anos e meio da Nova Lei do Gás, o país precisa da regulamentação de pontos da lei e harmonização das legislações estaduais para fomentar o segmento e consolidar a abertura, que já se traduziu em mais agentes e maior dinamismo do segmento, e para promover a complementaridade da geração renovável e para que o gás traga segurança energética".
Transição justa
Para que o processo de transição energética ocorra de forma justa é necessário que toda a sociedade seja beneficiada, especialmente os mais vulneráveis, e de forma célere. Segundo Sérgio Besserman, representante do Brasil no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a crise climática vai se abater sobre os mais vulneráveis de forma dramática. "Estamos falando de pobres, das vítimas de racismo ambiental e das mulheres. Coisas que estavam previstas para daqui 15 anos já estão ocorrendo agora".
Já Suzana Kahn, diretora da Coppe/UFRJ, apontou para a necessidade de investimentos de forma ampla. "Não existe nenhuma nação no mundo que tenha se desenvolvido sem investir em ciência e tecnologia. Se não estivermos atentos a essa nova era de conhecimento, vamos nos afastar do movimento da liderança mundial".
Diversidade e inclusão
De acordo com Renata Spada, Head Global de Talentos e Diversidade, Equidade e Inclusão da ENGIE, um dos objetivos da empresa é ampliar a diversidade de seus recursos humanos. "Uma das nossas metas é atingir pelo menos 40% de mulheres nos cargos gerenciais do Grupo até 2030. E temos programas de educação para que este objetivo avance".
Juliana Kaiser, fundadora da Trilhas de Impacto, ressaltou a carência do número de mulheres em níveis hierárquicos mais elevados nas empresas: "Há ainda preconceito com mulheres em cargos de liderança de uma maneira geral, mas eu estou otimista. As empresas, especialmente as listadas em bolsa, terão que promover a mudança e isso vai acelerar o processo".
Ascom ENGIE <thatyanne.studart@fsbholding.com.br>