Para a universalização do acesso à água potável e tratamento de esgoto deverão ser desembolsados R$ 893 bilhões

Cerca de 33 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e 94 milhões não têm acesso à coleta de esgoto


Empresas privadas que operam no setor de água e saneamento apontam que, para a universalização do acesso à água potável e tratamento de esgoto, deverão ser desembolsados R$ 893 bilhões até 2033. Aprovada em 2020, a nova legislação prevê que daqui dez anos, 99% dos domicílios brasileiros devem ter água tratada e 90% acesso à rede de coleta de esgoto.

O acesso à água é reconhecido como um direito humano pelas Nações Unidas, mas, no Brasil, cerca de 33 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e 94 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, segundo os últimos dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis). Atualmente, o serviço de água chega a 84,2% dos moradores, e o esgoto, a 55,8%.

Essa última projeção, feita em parceria com a KPMG - uma das maiores empresas de prestação de serviços profissionais, indica que, se mantido o ritmo de investimentos de 2021, a universalização será alcançada apenas em 2089. Fernando Silva, CEO da PWTech, startup reconhecida pela ONU como uma referência no acesso à água potável em crises humanitárias, explica que nos últimos anos, em conjunto com ações concretas do Estado, os indicadores brasileiros melhoraram, mas ainda possuem um longo caminho a percorrer:

“O acesso à água potável e tratamento de esgoto não estão apenas ligados a saúde, bem-estar e qualidade de vida, como também a economia. São serviços que interferem em uma conjuntura de fatores. Caso o Brasil alcance a sua população total nos próximos anos, o rendimento do país vai chegar a R$ 1,4 trilhão em benefícios socioeconômicos”, diz.

Com a universalização, a valorização imobiliária alcançaria R$2,4 bilhões por ano, ou R$48 bilhões em 20 anos. Esse valor foi calculado tomando por referência a evolução anual do estoque de moradias de 2021 a 2040, além da valorização esperada com as melhorias das condições de saneamento. 

“Além dos déficits sociais e econômicos, as temperaturas elevadas têm impacto direto na infraestrutura de saneamento, principalmente em relação aos sistemas de tratamento de água e esgoto, que sofrem com a redução da eficiência e capacidade de lidar com a demanda crescente durante períodos de calor intenso. Precisamos olhar para o todo em  busca de soluções que impactam positivamente a população”, finaliza Fernando Silva, CEO da PWTech.

Giovanna Montagner <giovanna@pressfc.com.br>

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