Parque Ibirapuera agora é um parque lixo zero
Máquina Cohn & Wolfe -
A nova Central de Reciclagem receberá a visita de escolas e desenvolverá atividades educativas ambientais
O Parque Ibirapuera, considerado um dos cartões-postais mais conhecidos e visitados por pessoas de todo o mundo, completa 69 anos esse mês e recebeu uma marca fundamental na preservação do meio ambiente da cidade de São Paulo e que contribui para a conservação do planeta: agora é um Parque lixo zero. A Urbia, gestora do Parque, em parceria com a Braskem, antecipou essa meta em dois anos por meio do gerenciamento adequado dos resíduos gerados pelo público que frequenta o espaço. Na segunda etapa do projeto está prevista a inclusão do lixo gerado nos eventos de terceiros e equipamentos fora da concessão.
A meta de zerar o lixo do Ibirapuera faz parte de uma iniciativa que tem como objetivo impulsionar a coleta de materiais recicláveis no parque e dar o destino adequado aos resíduos, otimizando a reciclagem. Além disso, colabora com a conscientização dos visitantes em relação ao descarte correto.
No total, já foram recicladas mais de 380 toneladas de resíduos. Neste número, estão incluídos os materiais recicláveis (vidro, plástico, metal, papel e eletrônico) e coco verde não destinados para aterro. Esse montante pode ser comparado a uma frota de 322 carros populares. Na divisão dos resíduos por classificação foram coletadas 173 toneladas de recicláveis e 212 toneladas de coco.
A iniciativa contempla outros formatos de reuso, como a geração de adubo, que utiliza resíduos orgânicos, e aproveita o coco verde vendido e consumido no parque. O processo de triagem e trituração das podas e vegetações do parque gera uma biomassa que se torna um recurso de energia renovável. Além disso, os rejeitos vindos do parque podem ser utilizados como fonte alternativa de energia nos fornos de produção de cimento.
Desde o início da gestão Urbia, foram coletadas 10.747 toneladas de resíduos, somando recicláveis e não recicláveis. Desse total, 63,7% são cocos, 29,9% são resíduos orgânicos, 4,8% é vegetação e 1,6% são recicláveis. Esse montante equivale a 72 baleias azuis adultas, mamíferos que podem chegar até 30 metros de comprimento. Essa quantidade de resíduos também pode ser comparada a uma frota de 59 aviões de passageiros amontoados, com mais de 70 metros de comprimento.
Outro motivo de comemoração é a instalação da nova Central de Reciclagem, localizada próximo ao Portão 3. Toda estrutura, sinalização e placas indicativas, além de mobiliários e cenografia da nova Central foram produzidos com material feito a partir de plástico reciclado. Para isso, mais de 2,5 toneladas de plástico pós consumo foram reaproveitadas, vindos de grandes indústrias, cooperativas de reciclagem, incluindo aditivos e cargas para fortalecer a formulação – como a fibra de vidro – e oferecer maior resistência e densidade ao material de grande porte.
A Central foi totalmente requalificada e receberá visitas de escolas, além de desenvolver atividades educativas ambientais. Dentre as melhorias na infraestrutura, estão a instalação de tenda nova, mesa separadora, caçambas para armazenamento de resíduos e uma horta com 18 tipos de plantas. De acordo com Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem, a Central de Reciclagem otimiza o processo de gerenciamento dos resíduos. “Ter uma estrutura como essa dentro no parque permite que a triagem aconteça de forma mais rápida e, consequentemente, diminua a possibilidade de contaminação do resíduo, melhorando o seu aproveitamento”, explica a executiva.
A Central faz parte do projeto Eco 360 do Parque Ibirapuera, e representa um dos passos para o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque. Todos os resíduos recicláveis coletados no Parque são separados para destinação adequada para retornarem à cadeia produtiva como matéria-prima.
Para incentivar o descarte consciente de materiais recicláveis dos usuários já foram instalados coletores digitais e analógicos. Com o descarte correto nas lixeiras digitais, uma série de benefícios como descontos serão disponibilizados aos usuários por meio de um sistema de cashback. Promover a conscientização em relação ao consumo e ao descarte adequado de resíduos é parte importante da estratégia de sustentabilidade da Braskem. Essa preocupação fica evidente no projeto do parque, uma vez que é uma etapa fundamental para o seu sucesso é o engajamento dos visitantes. “É fundamental que o público entenda o seu papel nesse ciclo de consumo. Eles são nossos grandes aliados dentro da dinâmica da economia circular”, completa Fabiana.
“Trabalhamos ininterruptamente e investimos em ações de conscientização para que o Parque Ibirapuera seja um espaço cada vez mais sustentável e se torne referência para outros parques em diversos estados do Brasil e em outros países. Nosso objetivo é agir sempre em prol do meio ambiente aliado às questões socioambientais”, afirma Samuel Lloyd, diretor Comercial da Urbia.
A Urbia, desde 2020 quando assumiu a gestão do Ibirapuera, investiu no Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque que prevê a gestão de todos os tipos de resíduos gerados, sempre com incentivo à não geração, redução, reutilização, reciclagem, ressignificação, tratamento e disposição final do lixo.
Ainda, sobre a destinação de resíduos, a Braskem repaginou as atuais 500 lixeiras instaladas no Ibirapuera trazendo informações sobre quais materiais, recicláveis ou orgânicos, podem ser descartados nelas. As unidades ganharam novo design, com abertura reduzida, para evitar que cascas de coco fossem misturadas com recicláveis e isso evita que animais se alimentem de restos de alimentos eliminados ali.
Eco 360 prevê metas sustentáveis
O projeto Eco 360 do Parque Ibirapuera que integra as ações do Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque vai além da gestão de resíduos. A Urbia desenvolve projetos para a permeabilização do solo, potencialização de captação solar, compensação ambiental, dentre outras ações sustentáveis que beneficiam a natureza e melhoram a experiência dos frequentadores.
Conheças as ações:
Solo
A permeabilização do solo é importante nas cidades pois atua como esponja absorvendo as águas e evitando danos à infraestrutura como enchentes e beneficia o meio ambiente. A Urbia já promoveu a descompactação, recomposição e plantio de gramado em mais de 14 mil metros quadrados no Parque Ibirapuera, desde 2020. E estão previstas a permeabilização de mais 30 mil metros quadrados de áreas que atualmente estão concretadas e outras áreas que têm o solo compactado e sem proteção vegetal.
Água
As águas dos lagos do Parque Ibirapuera passam por análises trimestrais, mesmo não havendo obrigatoriedade contratual, e como prevê o Plano Diretor do Parque, a classificação das águas se mantém como classe II.
Ar
Para a redução de emissões atmosféricas no Ibirapuera, atualmente já são utilizados veículos elétricos para os serviços internos como manejo, coleta de resíduos e transporte de colaboradores. Outro ponto de destaque na redução de emissões foi a diminuição do transporte de resíduos a aterros pois parte dos resíduos de manejo vegetal são transformados em composto orgânico e utilizados no próprio Parque. O próximo passo é a neutralização de carbono no Parque e nos eventos.
Energia
A Urbia tem como meta a instalação de novos sistemas de captação de energia solar e estruturas que partem da utilização de iluminação e ventilação natural que proporcionam eficiência energética.
Flora
O Parque Ibirapuera possui mais de 16 mil árvores e algumas necessitam de maior atenção e monitoramento. O manejo arbóreo só acontece em situações em que haja risco de acidentes aos visitantes ou em caso de queda em decorrência de forte chuva e vento. Quando das supressões, a Urbia realiza compensação ambiental com replantio de espécies nativas do Estado de São Paulo. Quando se tratar de exemplar de espécie não considerada invasora ou exótica para o estado de São Paulo, a Concessionária utiliza a mesma espécie.
Fauna
A Urbia mantém todos os ninhos, locais de reprodução e alimentação da avifauna presente no Parque. O local é ideal tanto para as espécies que utilizam o espaço como hábitat, quanto para espécies migratórias ou que busquem refúgio e alimentação. Tudo é preservado com a finalidade de proteção às espécies. E para os animais de estimação, o Ibirapuera é uma alternativa para diversão e interação com outros animais e um local onde encontram amplo espaço verde.
Mylena Zintl Bernardes <mylena.zintl@maquinacohnwolfe.com>