Empresas têm a descarbonização e o gerenciamento eficiente de recursos naturais como um grande objetivo

Executivos da Veolia, Braskem , entre outras, apontam experiências, inovações e boas práticas na gestão de água, resíduos e energia


Poluir menos é um desejo de 9 entre 10 empresas. A afirmação, baseada em estudos, é de Pedro Prádanos, CEO da Veolia Brasil que, na última semana, reuniu grandes empresas que têm a descarbonização e o gerenciamento eficiente de recursos naturais como um grande objetivo.

“A cada ano, estamos conseguindo deixar de emitir em torno de 300 mil toneladas de CO2, através de um programa de cultura e implementação dessas iniciativas. Por meio dessas ações, temos a meta de até 2030 reduzir em 15% as emissões de gases estufa”, explicou Gustavo Checcucci, Diretor de Energia e Descarbonização Industrial da Braskem.

A declaração foi feita durante o seminário 4.ECO. Encontro das Indústrias: Eficiência e Competitividade, promovido pela Veolia, durante o painel “Descarbonização: Do Planejamento à Prática”, em que os especialistas abordaram ainda a importância da colaboração entre governos e empresas para implementar políticas e práticas sustentáveis eficazes e, assim, alcançar metas de descarbonização para enfrentar as mudanças climáticas de forma concreta e abrangente.

“A transformação ecológica não se faz sozinho. É muito importante todo tipo de colaboração para superar esse desafio, para continuar nosso negócio e ajudar nossos clientes a conquistar seus objetivos de descarbonização”, completou Laura Arias, Diretora de Sustentabilidade da Veolia, companhia que atualmente apoia mais de 500 mil empresas ao redor do mundo por meio da gestão ambiental de água, resíduos e energia.

Todos concordaram que a descarbonização deve ser uma prioridade estratégica e tática no segmento industrial. Para Henrique Pereira, Cofundador e COO da WayCarbon, existe uma grande oportunidade de integrar a agenda climática aos negócios, identificando como pode impactar o funcionamento e sobrevivência das indústrias no médio e longo prazo, pois apenas “uma pequena parcela das companhias conhece seus riscos e estão se antecipando na gestão dos impactos potenciais das mudanças climáticas”.

Água e sustentabilidade

Outra questão que afeta diretamente o setor industrial é a interseção crítica entre o acesso à água e a sustentabilidade do negócio. Este foi o tema do segundo painel, Água e Sustentabilidade: Panorama de Riscos e Oportunidades, que examinou os desafios relacionados à má distribuição de água, a poluição e degradação dos recursos hídricos, e apontou soluções inovadoras capazes de promover a gestão responsável e a preservação dos ecossistemas aquáticos.

Quando temos uma operação na qual se produz água de reuso, temos resiliência para eventos ambientais que possivelmente irão acontecer”, contou Marcus Vallero, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da VWTS, sobre os benefícios da utilização de água de reuso nos processos produtivos, uma vez que garante o acesso ao recurso e pode ser ainda mais controlada do que a água de rios.

O encontro terminou com a plenária “Gerenciamento Global de Resíduos: Agregando Valor à Cadeia”, que destacou como o gerenciamento responsável de resíduos reduz impactos ambientais negativos e riscos na proteção das marcas.

“Precisamos trabalhar juntos para que as políticas públicas de gestão de resíduos evoluam conforme o mercado”, declarou Anícia Pio, Gerente de Desenvolvimento Sustentável da FIESP, que ressaltou que a sociedade precisa estar atenta ao eixo regulatório.

Por fim, Isabela Malpighi, Diretora Sênior de EHS LATAM na Kenvue, afirmou que o caminho para agregar valor à cadeia de circularidade está nas parcerias entre empresas. “Trabalhando com o terceiro setor e diversas empresas, conseguimos criar projetos que promovam a circularidade e a reutilização de diversos materiais. Um exemplo é uma iniciativa interna com a Veolia, na que todos os resíduos pós-industriais de absorventes, se transformam em matéria prima para a indústria de fraldas higiênicas para pet e de materiais para a indústria de captura de resíduos em vazamentos químicos no mar”, completou.

Roberta Lopes <roberta.lopes@inpresspni.com.br>

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