O governo de São Paulo sancionou, em outubro, uma lei que obriga organizadores e fornecedores de eventos públicos e privados a assumirem a responsabilidade pelo descarte correto do lixo produzido em shows, festivais, congressos, feiras, entre outros. Iniciativa que já era adotada desde o início do ano pela NürnbergMesse Brasil, uma das principais promotoras de encontros de negócios do país.

O evento-teste foi realizado no Catarina Aviation Show, a primeira feira com 100% dos estandes sustentáveis do país. Na sequência, foi possível estender a ação às grandes feiras promovidas pela empresa. “Hoje, fazemos o gerenciamento de todos os resíduos descartados nos nossos pavilhões. Temos um time de sustentabilidade que faz a segregação in loco para garantir uma taxa maior de destinação reciclável e correta”, explica Caroline Guedes, coordenadora operacional que lidera as ações de ESG da NürnbergMesse Brasil.

A empresa contou com iniciativas sustentáveis na FCE Pharma, FCE Cosmetique, PET South America, PET VET e Analitica Latin America, realizadas no São Paulo Expo, na capital paulista. “Antes, os resíduos produzidos nesses eventos eram jogados em caçambas e a gestão deles era feita pela empresa de coleta responsável pelo pavilhão. Hoje, com essa separação interna, podemos atuar com uma gama maior de materiais e, além de reciclar, fomentar a mão de obra circular social através do envio do que é descartado para ONGs que transformam rejeito em novos produtos”, acrescenta Caroline.

A lei nº 17.806, sancionada por Tarcísio de Freitas, também determina que organizadores de eventos, estabelecimentos e fornecedores de materiais e produtos que gerem resíduos priorizem ações voltadas à redução ou à não geração deles. Iniciativa que também já faz parte da agenda da NürnbergMesse Brasil. Mais do que criar eventos "lixo zero", a promotora tem como meta diminuir a produção de resíduos. Para isso, firmou parceria com a USET, uma empresa de estandes sustentáveis e 100% reutilizáveis.

Os estandes ecológicos são montados em módulos. Blocos já pré-fabricados que assumem diversos formatos e tamanhos, dependendo do projeto e da proposta do expositor, e que são diferenciados pela decoração. Uma vez finalizada a feira, esses módulos voltam para a USET, que armazena esses materiais para serem usados em novos eventos. A proposta é evitar ao máximo o desperdício já que estimativas do setor apontam que até 70% dos materiais usados nos estandes tradicionais são descartados.

“É só pensar em um pavilhão que logo vem à mente a quantidade de materiais usados. Em feiras de negócios e exposições, a produção de plástico, lona, madeira, papelão, vidro, carpete e outros resíduos é altíssima, o que levanta questionamentos acerca de um futuro mais verde para o mercado. A NürnbergMesse Brasil quis dar o primeiro passo para transformar essa realidade. Sempre quisemos influenciar o setor neste sentido. Agora, com a obrigatoriedade que traz a lei, estamos otimistas de uma mudança significativa no segmento”, finaliza o CEO da empresa, João Paulo Picolo. 

Ana Carolina Mendes <anacarolina.mendes@agenciacasa9.com.br>