Água fornecida pela Cagece percorre extenso e criterioso curso até chegar a 5,6 milhões de cearenses
Aesbe -
Um itinerário que tem início nos processos de captação: superficial – aquele vindo de rios, lagoas e açudes, subterrâneo
Com informações de Cagece
Já destacada pelo Ministério da Saúde por seu alto padrão de potabilidade, a água fornecida pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) percorre extenso e criterioso curso até chegar a 5,6 milhões de cearenses. Um itinerário que tem início nos processos de captação: superficial – aquele vindo de rios, lagoas e açudes, subterrâneo – que é o que provém de poço tubular, e, dentro em pouco, a companhia oferecerá outra categoria de captação: a dessalinização. Contar com mais de um sistema de captação é ter opções para economia e ampliação da oferta de água, além de atuar com critérios mais sustentáveis e autossuficientes.
A captação superficial
É com a captação superficial que a Cagece encaminha a água de rios, lagoas e açudes às suas Estações de Tratamento de Água (ETAs). Em seu estado natural, a água própria dos mananciais contém resíduos, partículas, microrganismos, despejos e, por isso, seu estado bruto é tratado pelas ETAs, o que remove as impurezas que causariam risco de contaminação por inúmeras doenças. Ainda apontado como o tipo de captação mais comum no Ceará, a obtenção superficial de água tem um desafio: a dependência das chuvas.
E como em períodos de seca o abastecimento vinculado à tal captação chega a ser comprometido, a Cagece desenvolveu e desenvolve ações que ampliam e melhoram a infraestrutura vinculada a esse tipo de obtenção. “Atualmente, por exemplo, não transportamos mais a água bruta por canais abertos, tratamos essa água e fazemos o seu transporte via tubos pressurizados, que são instalações que evitam menores perdas e têm maior segurança na manutenção da qualidade da água”, explica o coordenador de Produção e Tratamento de Água da Cagece, Airton Lima.
A captação subterrânea
As águas subterrâneas são recursos detectados sob a superfície terrestre. Elas preenchem poros de sedimentos e rochas, constituindo, assim, os aquíferos, formações geológicas subterrâneas capazes de armazenar água, permitindo que ela se movimente. São as águas subterrâneas que sustentam inúmeros sistemas aquáticos, a exemplo de como rios, lagos e mangues, e elas são fundamentais à manutenção de florestas em regiões de clima tropical ou seco.
É o fluxo dessas águas que bloqueia a entrada de água salgada marinha no continente e, consequentemente, a não salinização de aquíferos costeiros. O detalhamento anterior é importante para salientar o quanto a água subterrânea é vital ao abastecimento de água da humanidade, por ser responsável pela garantia total de água potável ou parcial a até 50% da população global.
A captação por dessalinização
A Cagece vem trabalhando na implantação da Dessal Ceará, planta de dessalinização, que será a maior da América Latina, com previsão de funcionamento para 2025. A captação por dessalinização é realizada a partir da água do mar. Essa tecnologia é utilizada em regiões onde a água doce é escassa. Engenheiro da Cagece, Raul Tigre explica que o processo de captação será por meio de emissário submarino de 1800 metros de comprimento.
“A água entrará no emissário através de torre de captação de cinco metros de altura, sem necessidade de bomba ou quaisquer equipamentos eletromecânicos. Ela será transportada até a costa de forma gravitacional, onde entrará no poço de sucção, localizado em terra, e, depois, bombeada até a planta de dessalinização “, ressalta Tigre.
Com capacidade de produzir mil litros de água por segundo, a Dessal beneficiará cerca de 720 mil pessoas e diversificará ainda mais as fontes de abastecimento de água na capital cearense, tornando a água do mar boa para o consumo humano. A meta da Dessal, que tem estrutura no fundo do mar, é remover o sal da água e aumentar em 12% a oferta de água potável para a população da Grande Fortaleza.