Último evento do ano do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação abordará a questão da água

Último evento de 2023 será realizado na segunda-feira, entre 15 e 17h15, com transmissão ao vivo pelo YouTube


O último evento do ano do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação será realizado na segunda-feira (27/11), das 15 às 17h15, e abordará a questão da água. Três pesquisadores de São Paulo discutirão o que precisa ser feito para que esse bem precioso continue a ser oferecido à população de forma sustentável.

Estiagem, falta de investimento em infraestruturas de abastecimento e distribuição da água associadas a uma gestão deficiente dos recursos são ameaças à segurança hídrica. Garantir a qualidade e quantidade de água suficientes para o consumo humano dentro de um contexto de aquecimento global demanda um trabalho orquestrado entre os três níveis de governo, a academia e a sociedade civil.

O professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP) Ricardo Hirata, um dos debatedores, ressalta que, embora as longas e intensas estiagens não sejam evitáveis, as crises hídricas são.

“A redução da vulnerabilidade hídrica da cidade e do campo passa pelo entendimento do ciclo hidrológico e de como interagimos com ele.” Segundo Hirata, estudos e monitoramento são imprescindíveis para antecipar problemas futuros, desenvolver soluções para reduzir os riscos e abrandar as perdas sociais e econômicas. As águas subterrâneas são um recurso que deve ser considerado entre as várias soluções. “Estudos recentes mostram que aquelas cidades que têm o abastecimento público a partir do recurso subterrâneo foram duas vezes menos afetadas pela crise de 2014-2016 do que as supridas pelos rios, lagos e açudes”, diz.

Rodrigo Lilla Manzione, professor da Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação da Universidade Estadual Paulista (FCTE-Unesp), em Ourinhos, trará os avanços das pesquisas feitas na Paraíba e em São Paulo que têm permitido a troca de experiências e conhecimentos sobre pequenos sistemas de abastecimento de água, dos quais dependem centros urbanos com até 50 mil habitantes e que representam 89% das cidades brasileiras.

“Os desafios desse projeto passam por criar um elo entre as instituições envolvidas por intermédio do intercâmbio de ideias, formar recursos humanos em alto nível e avançar na comunicação dos resultados aos gestores de recursos hídricos via comitês de bacias hidrográficas”, diz. Ele falará também sobre como foi feita a gestão da crise hídrica que se instalou na Bacia do Rio Paranapanema a partir de 2018 e perdurou até o final de 2022.

A legislação é necessária para a proteção e o controle ambiental. Sobre esse aspecto falará a professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp) Luciana Cordeiro de Souza Fernandes.

A Política Nacional de Recursos Hídricos é o instrumento de regulação das águas subterrâneas, explica a pesquisadora. As leis estaduais de águas subterrâneas dos Estados e do Distrito Federal definem as especificidades para sua proteção e conservação. Mas são os munícipios que gerem o uso e ordenação do solo. “Ao não contemplar a presença das águas subterrâneas sob seu território, a poluição e contaminação de aquíferos é favorecida”, diz Fernandes. “Acredito que a proteção somente se efetivará com o protagonismo dos municípios no tripé legislativo das esferas federativas.”

O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação é uma parceria entre a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), vinculado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que visa contribuir com a elaboração de políticas públicas em diversas áreas.

O próximo evento será transmitido ao vivo pelos canais da Alesp e do ILP no YouTube. Durante o debate, a audiência terá a oportunidade de dirigir perguntas aos convidados do evento.

As inscrições podem ser feitas pelo site da Alesp.

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