Potencial brasileiro para investimentos verdes
No Ar Comunicação -
Em evento em Londres, especialistas apresentaram oportunidades de finanças verdes a investidores e fundos de investimentos do Reino Unido que atuam
O potencial brasileiro para investimentos verdes e o ambiente de negócios do Brasil para projetos ambientalmente sustentáveis foram apresentados a investidores e fundos de investimento britânicos que atuam ou têm interesse de atuar no país. Os dados sobre o mercado brasileiro foram apresentados por João Caetano Magalhães e Adam Patterson, sócios da Redirection International, assessoria especializada em fusões & aquisições (M&A) cross-border, durante o Fórum de Finanças Verdes: oportunidades de investimentos do setor privado no Brasil, realizado em Londres.
O evento, promovido em parceria com a Câmara de Comércio Brasileira no Comitê de Serviços Financeiros da Grã-Bretanha, reuniu um seleto grupo de empresários, consultores e investidores do Reino Unido e abordou o cenário de finanças verdes, o investimento estrangeiro direito e os mercados de carbono e de energias renováveis. Além do Fórum, os sócios da Redirection International tiveram outras agendas com empresários e consultores britânicos entre 13 e 17 de novembro.
“O Reino Unido é o segundo maior player em fusões e aquisições internacionais com base no Brasil e um importante parceiro comercial do país. Por isso, temos buscado constantemente essa aproximação, demonstrando o potencial brasileiro para novos investimentos, sobretudo no mercado de finanças sustentáveis, que é uma tendência mundial e apresenta uma demanda crescente”, destaca João Caetano Magalhães, diretor da empresa que mantém um escritório em Londres e já promoveu outras missões semelhantes nos últimos anos.
O Brasil tem uma das redes energéticas mais sustentáveis do mundo, com cerca de 50% da matriz energética formada por fontes renováveis de energia e pode assumir a liderança global tanto no setor de renováveis quanto de energia e materiais de base biológica e de mercado de carbono, movimentando cerca de R$ 625 bilhões nos próximos 20 anos, segundo projeções da consultoria McKinsey. “Os fatores ESG são cada vez mais relevantes para os investidores globais e o Brasil está liderando o caminho em muitas frentes, especialmente em investimentos verdes em renda fixa e variável, energia limpa, mercado de carbono, hidrogênio verde, combustíveis de próxima geração e agricultura sustentável. E mesmo que às vezes receba má publicidade internacional, também é líder em proteção ambiental e possui amplos recursos energéticos, alimentares, hídricos e florestais", explica Adam Patterson.
Segundo o economista, além da biodiversidade e dos recursos naturais, outros fatores colocam o Brasil em evidência no cenário global como, por exemplo, a estabilidade econômica e o compromisso com os protocolos internacionais relacionados ao meio ambiente. “Apesar dos desafios domésticos em um mundo de estresse geopolítico, o Brasil se destaca como uma enorme e relativamente estável economia emergente, especialmente na transição de descarbonização. É claramente o ‘tijolo’ mais atraente dos Brics. Além disso, tendências como Friendshoring - uma prática comercial crescente em que as redes da cadeia de abastecimento se concentram em países considerados aliados políticos e econômicos – realmente fazem do Brasil uma proposta de valor interessante”, afirma Adam Patterson.
Karina Lançoni Bernardi <karina@noarcomunicacao.com>