Usina de tratamento de resíduos Dubai Waste-to-Energy é um laboratório de tecnologias ambientais

Dubai Waste-to-Energy, modelo tecnológico sustentável, transforma resíduo em energia elétrica


Em mais uma demonstração da aposta dos Emirados Árabes em descarbonização e sustentabilidade, a usina de tratamento de resíduos Dubai Waste-to-Energy, em pleno deserto, é um laboratório de tecnologias ambientais em grandes proporções. A unidade, maior usina de transformação de resíduos em energia elétrica do mundo, foi visitada, nesta terça-feira (05), pela delegação da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) como parte da programação da Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 28).

Os números refletem o tamanho do desafio de fazer com que, até 2050, 80% de todo o lixo gerado em Dubai seja transformado em energia. Antes disso, até 2030, o equipamento em operação eliminará o uso de aterros sanitários no emirado.

Construída com tecnologia suíça, especializada em descarbonização e em economia circular, a Dubai Waste-to-Energy tem capacidade de processar, a partir de cinco linhas de incineradores especiais sobre grades, dois milhões de toneladas por ano de lixo, residencial ou comercial, algo em torno de 5.500 toneladas por dia para uma população de 3,3 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia de grandeza, a cidade de São Paulo, com os seus 12 milhões de moradores, gera 12 mil toneladas de lixo por dia.

A geração de energia elétrica desponta como principal produto da usina. São 193 megawatts, o que equivale ao consumo médio de 120 mil residências em um ano. “Essa é uma estrutura que, pelo tamanho e pela experiência de ter uma fonte alternativa de geração de energia, é importante conhecermos para o fomento de políticas públicas no estado de São Paulo”, avaliou o subsecretário de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Jônatas Trindade. “Buscar alternativas para a geração de energia, a partir do tratamento de resíduos sólidos, é um caminho para que se trabalhe também a questão da destinação desses resíduos”, acrescentou.

O porte da usina impressionou as autoridades brasileiras. “Essa é uma experiência positiva para levarmos para casa, já que a incineração de resíduos é uma entre as várias opções tecnológicas que existem”, explica a subsecretária de Energia e Mineração, Marisa Barros, acrescentando que a viabilidade técnico-econômica do projeto se dá pelo pagamento pela coleta à municipalidade de Dubai e pela produção de energia propriamente dita. “São duas formas de atuar na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, seja pela redução na geração, seja pela energia produzida”, completa. Ainda de acordo com Marisa, estudos para cada município vão definir qual é a melhor tecnologia, entre as disponíveis no mercado, para o tratamento de resíduos.

Thamires Brandao <thamires.brandao@approach.com.br>

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