Desafio é educar as pessoas a descartar correto resíduos e plásticos
Por Cristiane Rubim Edição Nº 75 - Outubro/Novembro de 2023 - Ano 13 -
O uso do plástico para diversos tipos de produtos e embalagens deixou a vida das pessoas mais fácil e prática. “É inegável que o plástico é parte de tudo
O uso do plástico para diversos tipos de produtos e embalagens deixou a vida das pessoas mais fácil e prática. “É inegável que o plástico é parte de tudo que temos hoje e contribui para muitos dos avanços tecnológicos das últimas décadas e século, como em dispositivos médicos, embalagens, automóveis, eletrônicos, eletrodomésticos, materiais para construção civil etc., que tornaram nossa vida muito mais prática e segura” – afirma Leonardo Ceratti, diretor técnico da Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem (Abicom).
O plástico é insubstituível devido às suas ótimas características e nas mais diversas aplicações. “A educação, a redução e o reúso, a reciclagem e a biodegradabilidade são formas efetivas de sustentabilidade para que o plástico continue a fazer parte das nossas vidas” – avalia Eduardo Van Roost, sócio administrador da RES Brasil, representante da Symphony no Brasil.
Ao mesmo tempo, seu descarte tornou-se um desafio. “O uso desenfreado não tão nobre desses materiais de alta durabilidade e, muitas vezes, de uso muito curto, aliado ao descarte inadequado, resultou em grande impacto ambiental tanto em seu final de vida quanto em sua cadeia produtiva” – pontua Ceratti.
“Na verdade, o desafio é educar as pessoas a descartar correto todos os tipos de resíduos, inclusive os plásticos. Seja ótimo cenário de descarte para a reciclagem, seja para aterros, apesar de não ser ótimo cenário, ainda é melhor do que descartar na natureza” – aponta Eduardo Van Roost.
Infelizmente, muitas pessoas descartam todo tipo de material na natureza. “O propósito dos plásticos biodegradáveis é justamente biodegradar mais rápido aquelas embalagens que porventura escapem da coleta e acabem no meio ambiente” – enfatiza Van Roost.
O plástico é barato, flexível e resistente para diversos usos. “O descarte irregular, a baixa reciclagem e a demora para se decompor no meio ambiente têm dado um alerta sobre o que fazer com ele após o uso” – adverte Gabriela Gugelmin, diretora de Estratégia e Sustentabilidade da ERT.
Um dos maiores problemas atuais é o plástico de uso único – como canudos, talheres, embalagens, sacolas, entre outros –, que correspondem à metade de todo o plástico produzido no mundo, segundo a ONG Plastic Oceans, gerando grande quantidade de resíduos que dificilmente são reciclados. “Seja pela dificuldade de coleta, são os que mais ‘escapam’ e acabam na natureza, seja pela dificuldade de manusear materiais sujos, como restos de alimentos, por exemplo” – diz Gabriela.
Existem formas hoje de contornar esse desafio sem ficar de usar o plástico que parece que veio para ficar. Fique a par das nomenclaturas dos plásticos, números dos bioplásticos no mundo, novidades nas tecnologias dos bioplásticos, aplicações atuais, quais os tipos e como fazer o descarte e dicas para o consumidor.
Conceitos
Conhecer e entender os conceitos e as denominações dos plásticos e a realidade de cada material é importante para o consumidor e o setor. Os plásticos podem ser classificados de acordo com seu início de vida e seu comportamento no fim de vida.
Início de vida: onde o material ou a matéria-prima é extraída antes da produção ou síntese.
Origem fóssil: material de fontes não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão. São exemplos polietileno (PE), polipropileno (PP), poli(etileno tereftalato) (PET), policaprolactona (PCL) e poli(butileno adipato co-tereftalato) (PBAT).
Origem renovável: material de fonte renovável feito ou extraído de plantas, como milho, batata, cana-de-açúcar etc. Exemplos: poli(ácido lático) (PLA), blendas de amido, poli(butileno succinato) (PBS), poli(hidroxi alcanoatos) (PHAs), bio-polietileno (bio-PE) etc.
Fim de vida: como se comporta ao final de sua vida útil.
Plásticos convencionais: os mais utilizados no mercado, como PE, PP, PVC, PET etc., em sua maioria, são recicláveis. Porém, por falta de logística reversa, contaminação ou descarte incorreto, têm seu destino final em aterros ou lixões, causando impactos ambientais e de saúde negativos.
Plásticos biodegradáveis: polímeros/plásticos com estrutura química suscetível à degradação natural por microrganismos, como bactérias e fungos. A biodegradação ocorre em ambientes aeróbios ou anaeróbios. Produz biomassa (adubo), água, dióxido de carbono ou metano (no anaeróbio).
Não é suficiente dizer que um plástico é biodegradável porque não determina em quanto tempo o processo ocorrerá nem em quais ambiente e contexto. “Uma árvore é um material biodegradável que será assimilado ao longo de décadas, porém não seria viável para material de uso único utilizar algo que demoraria tanto a ser biodegradado. Deve-se sempre buscar materiais biodegradáveis em ambientes adequados e em tempo factível para sua aplicação e destinação final” – explica Ceratti.
Plásticos compostáveis: polímeros/plásticos suscetíveis à biodegradação aeróbia conforme temperatura, umidade, presença de oxigênio e microrganismos com limite de tempo máximo para que o processo ocorra, gerando água, dióxido de carbono e biomassa. São especificados pela ABNT NBR 15448-1/2, EN 13432 e ASTM D6400, que normatizam sobre a compostagem industrial de plásticos e aprovados por certificadoras, como a TUV Áustria, a BPI e a DIN Certco.
Segundo a Abicom, plásticos compostáveis com certificados sofrem rigorosos testes conforme as normas citadas para garantir que:
• Haja desintegração física do material sem geração de microplásticos e biodegradação em tempo determinado;
• Tenha controle de substâncias e metais na formulação;
• Comportamento sem efeito negativo na compostagem e para que o adubo gerado não prejudique o crescimento das plantas.
Nem todo material biodegradável é compostável. Para considerá-lo compostável, é preciso atender todos os requisitos descritos.
Plásticos oxidegradáveis, oxibiodegradáveis, pró-degradantes, entre outros: polímeros/plásticos adicionados com aditivos que aceleram a oxidação e a fragmentação do material, ativados por exposição UV ou calor, provocando a perda prematura das propriedades mecânicas e fragmentando-os. Encontrados no mercado em PE ou PP, não permitem compostagem, apenas fragmentação do material. Em países da Europa e outros locais do mundo, esse aditivo é proibido. Estudos científicos apontam que esses materiais fragmentam-se em pedaços menores no meio ambiente, incluindo microplásticos.[1]
A Abicom não acredita que esse tipo de plástico aditivado com oxidegradantes/pró-degradantes seja alternativa viável e sustentável: “Não são uma solução para a poluição de embalagens plásticas nem adequados para reúso efetivo a longo prazo, reciclagem em escala ou compostagem” – avalia a associação. Para mais informações sobre o posicionamento da Abicom, acesse: https://abicom.org.br/posicionamento-sobre-aditivos-oxo-ou-oxi-degradaveis/
Produção mundial e Brasil
Estimar os dados de bioplásticos biodegradáveis ou não no Brasil é desafiador. Números por região da European Bioplastics mostram na figura a seguir que, em 2022, a capacidade produtiva mundial foi de 2,22 milhões de toneladas para bioplásticos biodegradáveis ou não. Desse total, a América do Sul, que tem grande contribuição do Brasil, detém 12,6% e fica em quarto lugar. A Ásia se mantém líder com 41,4%, seguida da Europa (26,5%) e América do Norte (18,9%). Em último lugar, a Austrália/Oceania com 0,5%.
A capacidade de produção global divide-se em:
• Fonte renovável e não biodegradáveis; e
• Biodegradáveis.
A figura a seguir ilustra a distribuição entre materiais em 2022. Biodegradáveis fazem parte de 51,5% da produção global em 2022 de 2,22 milhões de toneladas. A liderança dos biodegradáveis é do poli(ácido lático) (PLA) e das blendas de amido; para os não biodegradáveis, lideram polietileno (PE) e poliamida (PA).
Na figura a seguir, os dados de 2021 e 2022 e a previsão até 2027. Em cinco anos, calcula-se que os biodegradáveis tripliquem em capacidade produtiva, atingindo 3,556 milhões de toneladas. O mercado total global de bioplásticos prevê atingir 6,291 milhões de toneladas.
Vemos na figura a seguir os mercados que utilizam plásticos biodegradáveis. A aplicação líder são embalagens flexíveis (36%), seguidas por embalagens rígidas (19%) e bens de consumo (18%).
Contorno
Para contornar os desafios dos plásticos, o ideal é seguir estas orientações:
• Eliminar os plásticos que não precisamos. Necessitamos de duas sacolas de supermercado para carregar duas garrafas de água, suportando cada uma 4 quilos? Teoricamente, não. Aplica-se para outros tipos de embalagens alimentícias, dermocosméticos etc., onde são usadas camadas com diferentes materiais, o que dificulta separar para reciclagem se forem plásticos diferentes, além do maior uso de material;
• Circular os plásticos por meio da conscientização dos consumidores e indústrias e, principalmente, por garantia de políticas públicas e logística reversa dos resíduos plásticos. Encaminhar para reciclagem ou compostagem, se forem plásticos compostáveis, e transformar o resíduo em valor ou insumo para a cadeia produtiva;
• Inovar em escala e velocidade sem precedentes com o uso de materiais que terão valor tanto no uso quanto ao seu final de vida, como os bioplásticos biodegradáveis e compostáveis que valorizarão o resíduo orgânico. Além do incentivo da logística reversa, circularidade e recuperação de resíduos, como a reciclagem mecânica, química e biológica;
• A indústria precisa desenvolver produtos “do berço ao berço”: como esse produto terá impacto e valor desde sua concepção e extração, produção, utilização, disposição final e, por fim, que forma ele retornará ao início da cadeia: insumo primário, secundário, nutriente etc.
Fonte: Abicom.
Compostáveis
Entre as saídas mais sustentáveis, a principal hoje é o bioplástico compostável. Além de ter origem renovável, é um material que se decompõe:
• Em Menos de Seis Meses X 200 Anos do Plástico Convencional;
• Vira adubo, ou seja, não contamina o solo.
Diferente dos plásticos convencionais aditivados com químicos oxibiodegradáveis ou hidrobiodegradáveis:
• O compostável não gera microplástico, sendo alternativa mais sustentável tanto em sua origem quanto em seu fim de vida.
Fonte: ERT.
Métodos aperfeiçoados
Os plásticos biodegradáveis evoluíram muito nos últimos anos na capacidade produtiva e no leque de aplicações. “Ocorreram melhorias mecânicas e de processamento dos materiais comercialmente disponíveis, visto que os métodos produtivos foram aprimorados e a produção de blendas de polímeros biodegradáveis se tornou comum, buscando-se adquirir as melhores propriedades de cada material” – menciona Ceratti, da Abicom.
Além dos polímeros comerciais hoje à base de PLA, PBAT, PBS, blendas de amido e derivados celulósicos já presentes no mercado em várias aplicações, destaca-se a PHA poli(hidroxi alcanoatos). “Esta classe de polímeros PHA se mostra promissora por ser sintetizada de microrganismos que digerem amidos e outros carboidratos, sendo biodegradável e com aplicações diversas. Alguns desafios que estão sendo avaliados são escala de produção e melhoria das propriedades” – revela Ceratti.
Na esfera dos bioplásticos biodegradáveis, novas tecnologias surgem todos os dias, aumentando o número de aplicações. “O recente uso de bioplásticos 100% compostáveis em embalagens que precisam de barreira para alimentos representa essa evolução tecnológica em materiais e no processo” – cita Gabriela. A ERT está desenvolvendo em parceria com a Vitao Alimentos um flow pack para chocolate.
Os bioplásticos são definidos como plásticos de origem renovável e/ou com fim biodegradável, tornando-se adubo. Segundo ela, o bioplástico biodegradável se degrada naturalmente por microrganismos, calor e umidade conforme a norma EN 13432. Já os plásticos convencionais com aditivo oxibiodegradável ou hidrobiodegradável geram microplásticos.
As normas regulamentam os novos desenvolvimentos e novas marcas que entram no mercado. As normas permanecem muito tempo inalteradas, apenas passam por revisões periódicas. “Na natureza, a biodegradação sempre acontece pela ação de microrganismos que resulta em água, biomassa e dióxido de carbono quando na presença de ar. Como estas regras da natureza não mudam, tampouco as normas sofrem grandes mudanças” – explica Van Roost, da RES Brasil.
Aplicações atuais
“Os plásticos biodegradáveis estão em produtos, artigos e embalagens que mais frequentemente acabam descartadas na natureza pelas pessoas” – diz Van Hoost, da RES Brasil. Segundo ele, especialmente, plásticos flexíveis, como sacos, sacolas, canudos, copos, envelopes, filmes de empacotamento, descartáveis etc.
Os plásticos biodegradáveis possuem resistência e processabilidade comparáveis aos plásticos convencionais, mas não substituirão completamente todo e qualquer plástico comum. “Serão aplicados onde a biodegradabilidade e a compostabilidade agregará valor e para substituir plásticos de origem fóssil. A maioria dos polímeros biodegradáveis e compostáveis pode ser processada por métodos de transformação padrão da indústria: extrusão, injeção, termoformagem, sopro etc.” – afirma Ceratti, da Abicom.
Exemplos de aplicações:
• Sacolas de supermercado;
• Sacolas e sacos para acondicionar resíduo orgânico e lixo orgânico doméstico;
• Filmes agrícolas (mulch films);
• Plásticos de uso único, como canudos, bandejas, copos e talheres;
• Embalagens alimentícias;
• Produtos com ciclo sustentável e rastreável.
Fonte: Abicom.
O bioplástico compostável é ideal para materiais de uso único: embalagens de delivery, alimentos, sacolas, descartáveis, como talheres e copos, e produtos de impressões em 3D. A ERT estuda novas aplicações para bens mais duráveis, como cosméticos e eletrônicos – notebooks, teclados, mouses etc.
Hoje, os bioplásticos podem ser encontrados nos segmentos:
Embalagens: a demanda por embalagens feitas de bioplásticos é alta para embalar alimentos e produtos premium. Em 2022, 48% da produção global de bioplásticos de 2,22 milhões de toneladas, ou seja, 1,07 milhão de toneladas, foi destinado ao mercado de embalagens, maior segmento dentro da indústria de bioplásticos;
Fast food: o consumo moderno de alimentos e bebidas combina uso único e reutilizáveis para que a higiene e a segurança alimentar continuem garantidas. Na Alemanha, o volume de mercado de serviços de alimentação, como talheres, louças de plástico, papel e copos, chega a 3,5 bilhões de Euros. Nos últimos dez anos, cresceu, em média, 7% ao ano. A Comissão Europeia para soluções mais sustentáveis de uso único, desde julho de 2021, iniciou uma redefinição do setor;
Agricultura e horticultura: o exemplo mais importante entre as vantagens dos polímeros biodegradáveis neste setor são os filmes de cobertura que avançam rápido: produzir alimentos puros com uso mínimo de pesticidas convence o consumidor a comprar vegetais ou agricultura orgânica.
Fonte: ERT.
Dicas ao consumidor
O consumidor não precisa se adaptar ao uso de plásticos biodegradáveis. “Os plásticos biodegradáveis que cumprem todos os critérios da norma ASTM D6954 não exigem adaptações do consumidor, nem do descarte correto, nem dos sistemas de reciclagem” – afirma Van Roost, da RES Brasil.
“Na verdade, o consumidor nem precisaria saber que aquela embalagem é biodegradável. Ela é para o caso de vazar para a natureza. As marcas que adotam podem ou não comunicar este fato para as pessoas. Quando adotam, o fazem para garantir que, caso escapem da coleta, suas embalagens não permaneçam poluindo e gerando microplásticos” – explica Van Roost.
O consumidor pode esperar as mesmas performances dos materiais convencionais, mas com o apelo sustentável atrelado aos plásticos biodegradáveis e compostáveis. “Os plásticos biodegradáveis e compostáveis não são solução para o descarte inadequado e uso excessivo de recursos. São materiais que agregam valor através da compostagem e do uso de materiais com maior circularidade, mantendo-se as propriedades esperadas deles” – avalia Ceratti, da Abicom.
O consumidor deve estar atento e sempre exigir a certificação ou selo aplicável para plásticos compostáveis nas embalagens que declaram ser biodegradáveis ou compostáveis.
Para reconhecer materiais feitos com resinas compostáveis:
• O material não deve conter nenhum dos símbolos de reciclagem a seguir, porque nenhum desses polímeros convencionais é compostável.
• O material deve expor claramente que é compostável e elencar a norma e/ou selo:
Fonte: Abicom.
É importante o consumidor estar atento se está consumindo um produto realmente biodegradável. “Os plásticos oxibiodegradáveis, por exemplo, são plásticos comuns com aditivo químico para fragmentar as partículas. A degradação é mais rápida e leva dois anos. Contudo, essa fragmentação gera microplástico, poluente invisível de enorme impacto no meio ambiente e na saúde de pessoas e animais” – aponta Gabriela, da ERT.
Embora as nomenclaturas biodegradável e oxibiodegradável sejam parecidas, há grande diferença. “Recentemente, pela primeira vez, foram encontrados microplásticos em um coração humano, o que demonstra o risco que esse tipo de degradação gera ao ambiente. É um material já proibido em diversos países da Europa, mas ainda em uso no Brasil” – salienta.
Para os demais, a ERT recomenda sempre atenção ao fim dado ao material. “O melhor descarte é o orientado pelo fabricante. Para o bioplástico compostável, o melhor descarte é a compostagem ou, quando não for possível, descartar no lixo orgânico. Assim, o material encontrará condições mais favoráveis para a decomposição completa sem causar danos ao meio ambiente” – orienta Gabriela.
Ciclo de vida Filmes agrícolas Frescor mantido |
Contato das empresas
Abicom - Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem: www.abicom.org.br
ERT: www.ertbio.com
RES Brasil: www.resbrasil.com.br
Referências Bibliográficas
[1] EU Commission, ibid; DEFRA (2010), ibid. UNEP, in European Bioplastics, 2015, ibid. SPC, ibid. NAPCOR, Degradable Additives to Plastic Packaging: A Threat to Plastic Recycling (2013); SPC, ibid.; SPI, ibid.; Southeast Recycling Development Council (SERDC), Position Statement on Degradable Additives to Plastic Packaging.; South African Plastics Recycling Organisation (SAPRO), Why the plastics recycling industry is not supporting oxo-degradable additives? (2009)