A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?

Além disso, o estudo também apresenta a distribuição das moradias e da população por áreas rural e urbana e a parcelas das moradias e das populações


O estudo considera cinco categorias de privações: privação de acesso à rede geral de água; frequência de recebimento insuficiente de água potável; disponibilidade de reservatório; privação de banheiro; e privação de coleta de esgoto. A pesquisa indica que cerca de uma a cada duas moradias brasileiras convivem diariamente com algum tipo de privação no saneamento.

Além disso, o estudo também apresenta a distribuição das moradias e da população por áreas rural e urbana e a parcelas das moradias e das populações em cada uma das privações analisadas. Segue alguns levantamentos do estudo:

  • PRIVAÇÃO DE ACESSO À REDE GERAL DE ÁGUA
    - Do total das moradias brasileiras com privação de acesso à rede de distribuição de água tratada, 35,8% estavam em áreas urbanas e 64,2% em áreas rurais, indicando uma inadequação maior das moradias no meio rural. Essa ideia foi corroborada com o fato de que 6 a cada 10 moradias rurais do país não dispunham de rede de acesso.
    - Em termos demográficos, contudo, a distribuição foi bem distinta: 51,5% da população em privação de acesso à rede de água morava nas áreas urbanas das cidades brasileiras, enquanto que apenas 48,5% das pessoas nessa situação estavam nas áreas rurais. Assim, o percentual da população total de cada região que estava em privação de acesso à rede geral de água tratada acabou sendo ligeiramente maior entre os habitantes de áreas urbanas.
     
  • FREQUÊNCIA DE RECEBIMENTO DE ÁGUA INSUFICIENTE
    - Do total das moradias brasileiras que não receberam água tratada todos os dias, 60,4% estavam em áreas urbanas e apenas 39,6% em áreas rurais, indicando uma inadequação maior das moradias nas áreas urbanas das cidades brasileiras. Essa ideia foi corroborada com o fato de que 24,5% moradias em áreas urbanas do país não receberam água com regularidade, uma proporção maior que a observada no meio rural (23,3%).
    -Em termos populacionais, contudo, a distribuição foi distinta: metade da população sem abastecimento regular morava nas áreas urbanas das cidades brasileiras e a outra metade estava nas áreas rurais.
     
  • PRIVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE RESERVATÓRIO DE ÁGUA
    - Do total das moradias brasileiras com privação de reservatório de água em 2022, 87,3% estavam em áreas urbanas e 12,7% em áreas rurais, indicando uma privação desse bem maior nas moradias do meio urbano. A frequência relativa, contudo, foi muito parecida entre as duas regiões: 14,7% das moradias urbanas não dispunham de caixa d'água enquanto que 15,3% das moradias rurais não dispunham de bem.
    - Em termos populacionais, a distribuição também foi distinta: 49,5% da população sem reservatório d'água morava nas áreas urbanas das cidades brasileiras, enquanto que 50,5% das pessoas em privação estavam nas áreas rurais. Assim, o percentual da população total de cada região que estava em privação de caixa d'água acabou sendo bem parecido entre todos os habitantes seja das áreas urbanas, seja das áreas rurais.
     
  • PRIVAÇÃO DE EQUIPAMENTO SANITÁRIO (BANHEIRO)
    - Do total das moradias brasileiras com privação de banheiro em 2022, 27,4% estavam em áreas urbanas e 72,6% em áreas rurais, indicando uma inadequação maior das moradias no meio rural. Essa ideia é corroborada pelo fato de que 10 a cada 100 moradias rurais não dispunham de banheiro de uso exclusivo.
    - Em termos populacionais, contudo, a distribuição foi bem distinta: 52,8% da população sem banheiro de uso exclusivo morava nas áreas urbanas das cidades brasileiras, enquanto que apenas 47,2% das pessoas em privação estavam nas áreas rurais. Assim, o percentual da população total de cada região que estava em privação de banheiro acabou sendo um pouco maior entre os habitantes de áreas urbanas.
     
  • PRIVAÇÃO DE ACESSO À REDE GERAL DE COLETA DE ESGOTO
    - Do total das moradias brasileiras com privação de coleta de esgoto em 2022, 62,7% estavam em áreas urbanas e 37,3% em áreas rurais. Em termos relativos, 90,9% das moradias rurais não dispunham de coleta de esgoto. Isso se deve às dificuldades e ao elevado custo em se coletar e transportar o esgoto em regiões distantes. Vale destacar que nas áreas rurais esse não é um problema tão grave como é nas áreas urbanas, pois há um pequeno número de casas muito distantes umas das outras.
    - Em termos populacionais, a distribuição foi parecida: 50,4% da população sem coleta de esgoto morava nas áreas urbanas das cidades brasileiras, enquanto que 49,6% das pessoas em privação estavam nas áreas rurais. Assim, o percentual da população total de cada região que estava em privação de coleta de esgoto acabou sendo um pouco maior entre os habitantes de áreas urbanas.

Trata Brasil <comunicacao@tratabrasil.org.br>

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