Reunião significativa da Câmara Técnica Comercial da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento

Realizado em formato híbrido, o encontro, que se estendeu das 9h às 18h, reuniu presencialmente e remotamente representantes das empresas estaduais


A cidade de Vitória, Espírito Santo, foi ontem(5) o cenário de uma reunião significativa da Câmara Técnica Comercial da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). Realizado em formato híbrido, o encontro, que se estendeu das 9h às 18h, reuniu presencialmente e remotamente representantes das empresas estaduais de saneamento de diversas regiões do Brasil. Em pauta, estavam questões cruciais para o aprimoramento e a inovação no setor de saneamento, abrangendo desde a implementação de novas práticas comerciais até o enfrentamento de desafios regulatórios.

A reunião começou com a apresentação de Elias Sfeir, Presidente Executivo da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), que destacou a importância do Cadastro Positivo para as empresas de saneamento. Sfeir enfatizou que o sistema, ao fornecer uma visão abrangente da capacidade de pagamento dos consumidores, pode ajudar a reduzir a inadimplência e a melhorar a gestão de crédito. Segundo ele, o Cadastro Positivo promove um maior nível de confiança nas relações comerciais e oferece benefícios tanto para as empresas quanto para os consumidores, aumentando a eficiência no processo de cobrança e ampliando a base de clientes adimplentes.

Na sequência, os participantes voltaram-se para a discussão sobre a cobrança de disponibilidade de água, um tema atualmente regulamentado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Este mecanismo, que assegura a manutenção da infraestrutura de abastecimento mesmo quando o consumo é reduzido, foi analisado sob a ótica da sua equidade e eficácia. As empresas presentes compartilharam suas experiências e os desafios enfrentados na adaptação a essa exigência, refletindo sobre a melhor forma de ajustar suas práticas para atender às regulamentações da ANA sem prejudicar os consumidores.

Outro ponto central do encontro foi o refaturamento de vazamentos internos, um problema recorrente que afeta tanto as finanças das empresas quanto a satisfação dos clientes. Durante a discussão, foram apresentadas propostas para equilibrar o impacto financeiro dessa prática, garantindo que os consumidores não sejam penalizados indevidamente enquanto se promove a reparação rápida dos vazamentos. Os representantes das companhias discutiram a importância de transparência e comunicação eficaz com os consumidores para lidar com esses incidentes de maneira justa e eficiente.

A complexa questão da atuação das companhias estaduais em loteamentos irregulares também ocupou uma parte significativa da reunião. As dificuldades legais e operacionais para levar serviços de saneamento a essas áreas foram amplamente discutidas. Os participantes compartilharam estratégias para garantir o acesso universal aos serviços básicos, considerando as especificidades de cada comunidade e buscando soluções que respeitem as complexidades da regularização fundiária.

Na continuação, o tema da medição individualizada foi abordado como uma estratégia fundamental para a eficiência e sustentabilidade do uso de água. As discussões destacaram a importância de práticas que permitam um controle mais preciso do consumo, promovendo a responsabilidade e a transparência. A implementação da medição individualizada foi vista como uma maneira de reduzir perdas e incentivar o uso consciente da água, beneficiando tanto as empresas quanto os consumidores.

Além disso, a reunião revisou os critérios de enquadramento de clientes especiais, debatendo como as empresas podem ajustar suas práticas comerciais para atender de forma mais justa e eficaz a diferentes perfis de clientes. A definição clara desses critérios foi considerada crucial para garantir um tratamento equitativo e eficiente, permitindo que as estratégias comerciais sejam adaptadas às necessidades específicas de cada grupo de clientes.

A questão da execução dos serviços comerciais em áreas de risco também foi um tópico de destaque. Os participantes compartilharam suas experiências e melhores práticas para operar em regiões com desafios de segurança, enfatizando a importância de parcerias com as comunidades locais e o uso de tecnologias que aumentem a segurança das operações. As estratégias discutidas visam não apenas garantir a continuidade dos serviços, mas também proteger os colaboradores e a infraestrutura das empresas.

Por fim, a reunião encerrou com um debate sobre o nivelamento do conceito do indicador “índice de atendimento” da ANA. O objetivo foi uniformizar as definições e práticas de cálculo desse índice, assegurando uma avaliação mais precisa e comparável do desempenho das empresas em todo o país. Essa uniformização é vista como um passo essencial para melhorar a transparência e a comparabilidade dos dados, permitindo uma análise mais robusta do setor de saneamento.

Concluindo um dia repleto de discussões produtivas, a reunião da Câmara Técnica Comercial da Aesbe refletiu o compromisso das empresas estaduais de saneamento com a melhoria contínua e a inovação.

Publicidade