Os serviços de saneamento básico são essenciais para a preservação do meio ambiente

Porque atuam diretamente na disponibilidade e na qualidade dos recursos hídricos. A ausência de serviços como coleta e tratamento de esgoto


Os serviços de saneamento básico são essenciais para a preservação do meio ambiente porque atuam diretamente na disponibilidade e na qualidade dos recursos hídricos. A ausência de serviços como coleta e tratamento de esgoto, por exemplo, pode levar à contaminação de rios e solos e a riscos para a saúde humana.

Também em razão  dos impactos econômicos da preservação do meio ambiente, investidores têm cobrado cada vez mais das empresas, de todos os setores,  práticas alinhadas a critérios ambientais, sociais e de governança,  conhecidos pela sigla ESG, em inglês. 

A gestão eficiente dos recursos hídricos é um componente estratégico nessas práticas. Além de promover a sustentabilidade ambiental, reduz riscos operacionais e melhora as condições para o financiamento de projetos.

A seguir, apresentamos conceitos fundamentais nas relações entre Saneamento Básico e Meio Ambiente. Nesse contexto, demonstramos como a parceria entre agentes públicos e empresas privadas pode impulsionar os investimentos do setor no Brasil.

ODS 6 e a preservação ambiental

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 visa assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos. Essa meta está diretamente ligada à preservação ambiental, pois o tratamento adequado do esgoto evita a poluição dos corpos d’água e a degradação dos ecossistemas.

Confira abaixo como os serviços de Saneamento Básico contribuem para que o objetivo lançado pela Organização das Nações Unidas seja alcançado.

As 4 atividades do saneamento para o meio ambiente

  1. Abastecimento de água potável – Garante a distribuição de água de qualidade para a população, prevenindo doenças e faz a gestão da captação em fontes naturais de água, o que protege rios e aquíferos.
  2. Esgotamento sanitário – Inclui a coleta, tratamento e disposição adequada do esgoto, evitando a contaminação de solos e corpos d’água com poluentes que podem afetar a vida aquática e a saúde humana.
  3. Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas – Previne enchentes e inundações, além de reduzir a carga poluente que chega aos rios e mares. A gestão adequada das águas pluviais ajuda a manter a qualidade das águas urbanas e a evitar a erosão do solo.
  4. Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos – A coleta e disposição adequada de resíduos sólidos evitam que o lixo se acumule em locais inadequados, prevenindo a poluição do solo, da água e do ar. A reciclagem e o tratamento de resíduos orgânicos contribuem para a redução de emissões de gases de efeito estufa e a conservação dos recursos naturais.

Desafios ambientais do Saneamento no Brasil

O Brasil enfrenta desafios significativos no Saneamento Básico devido a condições estruturais e financeiras. A universalização dos serviços de água e esgoto está prevista no novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020).

O dispositivo legal estabelece como meta até 2033 o atendimento de 99% da população brasileira no acesso à água potável. Além disso, prevê uma taxa de 90% no tratamento e coleta de esgoto. 

Além do cumprimento da lei, as metas atendem a desafios ambientais e contribuem para a proteção de recursos naturais e da saúde pública. Porém, o Brasil ainda está distante desses objetivos. 

Atualmente, apenas 84,9% da população tem acesso à água potável, e apenas 56% são atendidos por redes de esgoto, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Para atingir as metas estabelecidas, é necessário um aumento significativo nos investimentos no setor.

Contribuições do setor privado 

Em 2022, o setor privado evitou que 834 milhões de m³ de esgoto sanitário fossem despejados no meio ambiente sem tratamento no ano de 2022. De acordo com dados do Sistema de Informações do Segmento Privado do Setor Saneamento (SPRIS), da Abcon Sindcon, esse volume equivale a 333.611 piscinas olímpicas.

Levantamento recente do SPRIS revela que a gestão ambiental é um dos eixos ESG mais consolidados entre as operadoras privadas:

  • 95% possuem um registro que identifica, analisa, avalia, trata, comunica ou monitora os riscos ambientais em áreas sob influência das operações.
  • 91% publicam Relatório Anual de Responsabilidade Socioambiental e/ou de Sustentabilidade.
  • 90% desenvolvem programas, políticas ou procedimentos específicos para preservação de direitos humanos.
  • 90% têm programas internos de eficiência energética.
  • 91% realizam ações ou iniciativas de educação ambiental.
  • 92% usam procedimentos para medir ou minimizar as emissões de gases de efeito estufa.
  • 91% investe em alguma ação e/ou projetos de engajamento com comunidades locais.

Resultados ambientais do saneamento

A última edição do Prêmio Sustentabilidade da Abcon Sindcon, realizada no ano passado, reconheceu a qualidade de diversos projetos voltados para a gestão sustentável das empresas do setor. Um deles foi o da SESAMM, da holding GS Inima, na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no município paulista de Mogi Mirim. 

A SESAMM implementou melhorias contínuas para aumentar a eficiência do tratamento de esgoto, transformando a estação em uma unidade de recuperação de recursos. Com mais de 10 anos de operação, a ETE se destaca pela sustentabilidade e pela eficácia na remoção de poluentes da água, assegurando a qualidade dos recursos hídricos locais.

Gestão hídrica com tecnologia 

A BRK no Tocantins desenvolveu o projeto Smart Metering, que utiliza redes IoT para a leitura remota de hidrômetros e para a execução de cortes e religações de água. 

Esta tecnologia inovadora aumenta a eficiência operacional, reduz perdas de água, combate fraudes e melhora o relacionamento com os clientes. O projeto representa um avanço significativo na gestão inteligente de recursos hídricos, promovendo a sustentabilidade ambiental.

Usina Solar no Saneamento de Manaus

A maior usina de energia solar da região Norte, com 2,55 MWp de potência instalada, foi inaugurada pela Águas de Manaus, do grupo Aegea.

Com 4.960 placas solares, a usina atende a 68 unidades operacionais do serviço de água em Manaus, reduzindo o consumo de energia e o impacto ambiental. A produção de energia limpa e renovável demonstra o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.

Investimento na eficiência operacional

O Projeto Excelência Operacional, do Grupo Águas do Brasil resultou em um sistema que aborda o ciclo do saneamento pelo viés de uma “fábrica” composta de processos (tratamento) e Logística & Serviços (distribuição/coleta), e não apenas pelo viés água/ esgoto.

A iniciativa incluiu reestruturação e fortalecimento da governança e da estrutura organizacional, tanto da área corporativa quanto das concessionárias. Os resultados esperados são o aumento dos ganhos em escala, redução de custos, otimização de processos e aumento de produtividade, sustentados pela implantação de novos sistemas, soluções e ferramentas.

Revitalização da Lagoa do Camorim

A Iguá Rio desenvolve um projeto de recuperação das margens e dos manguezais degradados da Lagoa do Camorim, localizada na Zona Oeste da Capital fluminense. As ações têm como objetivo o incremento da biodiversidade e de todos os importantes serviços ambientais, econômicos e sociais efetuados pelo ecossistema.

Os serviços abrangem instalação de sistemas de proteção de manguezais, remoção rotineira de resíduos presentes na vegetação e replantio de manguezal. Para a operacionalização do projeto, foi implantada base operacional para recebimento e armazenamento de resíduos coletados, além de área com aproximadamente 700 m2 destinada para o cultivo e desenvolvimento de 50.000 (cinquenta mil) mudas de mangue vermelho.

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