A crise hídrica no Brasil, intensificada pelas mudanças climáticas, tem agravado a realidade de milhões de brasileiros que já convivem com a falta de acesso à água potável, especialmente em regiões rurais e remotas. Estudantes dessas áreas enfrentam desafios adicionais, com impactos diretos no desempenho acadêmico e na saúde. Dados do Trata Brasil revelam que 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, enquanto mais de 90 milhões vivem sem coleta de esgoto, refletindo uma situação crítica para o desenvolvimento educacional do país.

Em um levantamento realizado pelo UNICEF, baseado no Censo Demográfico de 2022, foi constatado que mais de 7,5 mil escolas no Brasil não têm acesso à água potável, prejudicando a vida de 2,1 milhões de crianças e adolescentes. Esses estudantes sofrem não apenas com doenças decorrentes da falta de saneamento básico, mas também com a queda de desempenho escolar.

A discrepância de oportunidades é evidente: enquanto alunos com acesso a saneamento básico permanecem na escola por uma média de 8,49 anos, aqueles sem esse recurso ficam apenas 5,31 anos. No ENEM, a diferença é significativa, com quase 70 pontos separando os que têm acesso a banheiros daqueles que não têm.

Diante desse cenário, a startup PWTECH, especializada em soluções portáteis e tecnológicas para água, desenvolveu o projeto Água Boa nas Escolas, que tem como objetivo levar purificadores de água a mais de 8 mil escolas em áreas rurais e remotas do Brasil. O purificador de água desenvolvido pela PWTech, o PW5660, nada mais é do que uma estação de tratamento portátil, com menos de 1 metro de largura e 43 cm de altura, e aproximadamente 18 quilos. O equipamento é capaz de filtrar, por dia, de 5 a 10 mil litros de água doce contaminada de rios, poços, lagos e cisternas, por exemplo, reduzindo em até 99,5% a presença de partículas e eliminando 100% dos vírus e bactérias,  garantindo o abastecimento de água potável para alunos e professores. 

"Acreditamos que o acesso à água potável é um direito fundamental e uma condição indispensável para o bem-estar e o futuro das nossas crianças. Ao levar soluções para áreas que sofrem com a escassez de água, estamos não só promovendo saúde, mas também criando condições para que essas comunidades se desenvolvam de forma sustentável." — Fernando Silva, CEO da PWTECH.

O projeto, que iniciou em março de 2024, já beneficiou seis escolas no Vale do Jequitinhonha, impactando cerca de 1.230 pessoas diretamente. 

A seleção das escolas é feita com base na localização e na disponibilidade hídrica, priorizando locais que utilizam água de poços ou rios. A expectativa é que o projeto continue a expandir, transformando a realidade de milhões de estudantes que, além de enfrentar desafios sociais e econômicos, também lidam com a falta de um recurso essencial para o aprendizado: a água potável.

A ação da PWTECH visa não apenas melhorar a saúde e o bem-estar dos alunos, mas também contribuir para que eles possam permanecer mais tempo na escola e alcançar melhores resultados acadêmicos, oferecendo assim um futuro mais promissor para as comunidades impactadas.

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