Climatempo realiza palestra na FENASAN 2024

Destacando como as concessionárias de abastecimento podem enfrentar os efeitos dos eventos meteorológicos severos na operação


A redução da disponibilidade de água, causada por secas prolongadas e ondas de calor, é um dos principais desafios para a segurança hídrica nas cidades brasileiras, afetando diretamente as operações das concessionárias de abastecimento no contexto das mudanças climáticas e de eventos meteorológicos extremos, conforme alerta a Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina.

É com foco nas soluções para este desafio que a Climatempo participa da FENASAN 2024 (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), de 22 a 24 de outubro, em São Paulo. No evento, a empresa apresenta palestra com o objetivo de apontar como é possível atuar em favor de um mercado resiliente frente aos fenômenos meteorológicos e a importância da infraestrutura de saneamento ambiental para minimizar o impacto das mudanças climáticas.

“O setor de saneamento é diretamente impactado pelas mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global. A crescente frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos podem comprometer a disponibilidade de água nas cidades brasileiras, além de provocar danos significativos à infraestrutura existente, exigindo maior resiliência e adaptações do setor”, afirma Renata Martins, engenheira sanitarista e gerente de projetos na Climatempo, que apresentará a palestra no dia 24.

Ela destaca que secas prolongadas e ondas de calor afetam diretamente a disponibilidade de água nas bacias hidrográficas e aquíferos, fontes essenciais para o abastecimento. Nesses períodos, os níveis de rios e reservatórios caem significativamente, dificultando o fornecimento, enquanto as altas temperaturas aumentam o consumo de água devido à evaporação e à maior demanda para atividades como irrigação e refrigeração.

“Isso cria um desequilíbrio entre a oferta e a demanda por água, o que exige que concessionárias e autoridades busquem soluções para mitigar os impactos, como o uso mais eficiente dos recursos hídricos, reuso de água e diversificação das fontes de captação”, afirma Renata.

De acordo com o estudo "Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil", publicado em 2024 pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a disponibilidade hídrica poderá diminuir em até 40% nas regiões hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste até 2040.

Por outro lado, inundações e enchentes podem causar sérios danos à infraestrutura de saneamento, comprometendo a qualidade e a segurança dos serviços. Esses eventos extremos podem inundar estações de tratamento de água e esgoto, além de contaminar os recursos hídricos com esgoto, resíduos tóxicos e outros poluentes. Além disso, deslizamentos de terra decorrentes dessas enchentes podem deslocar ou até romper tubulações, interrompendo o abastecimento de água e a coleta de esgoto.

A critério de conhecimento, de acordo com o artigo "Global River Water Quality Under Climate Change and Hydroclimatic Extremes", publicado na revista Nature Reviews Earth and Environment em 2023, a análise de 965 episódios de mudanças na qualidade da água de rios revelou que a qualidade da água piora durante secas e ondas de calor (em 68% dos casos), tempestades e inundações (51%) e sob alterações climáticas de longo prazo (56%).

Esses impactos prejudicam gravemente as operações das empresas de saneamento, que precisam realizar reparos extensivos na infraestrutura e investir em tratamentos adicionais para descontaminar a água e garantir sua potabilidade. Tudo isso gera custos significativos e exige um aumento no uso de insumos, além de demandar tempo para restabelecer a normalidade dos serviços e a qualidade da água distribuída.

Diante deste cenário, as empresas de saneamento estão buscando se preparar cada vez mais para enfrentar esses impactos, com soluções tanto de curto prazo quanto voltadas ao planejamento estratégico futuro das operações.

As soluções incluem o monitoramento contínuo do tempo e do clima, além da aplicação de modelagem hidrológica para previsão de vazão e nível de água em bases horárias e diárias. Essas ferramentas permitem uma gestão mais precisa dos recursos hídricos, antecipando variações que possam impactar o abastecimento.

Complementando essas iniciativas, são elaborados relatórios climáticos com projeções para os próximos 12 meses, bem como estudos aprofundados que analisam as características climáticas passadas, presentes e futuras das áreas de concessão. Essas análises ajudam as empresas a se prepararem melhor para eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, e a desenvolverem estratégias mais eficazes de adaptação.

“Todas essas ferramentas contribuem para aumentar a resiliência das empresas no gerenciamento das operações diárias e ao longo do período de concessão, permitindo a identificação antecipada de possíveis eventos severos que possam impactar os ativos das concessionárias”, observa Renata. “Com essas previsões, as empresas podem planejar com antecedência os investimentos e obras necessárias o que ajuda a mitigar riscos e reduzir os impactos operacionais”, afirma ela.

A Climatempo já atende concessionárias de saneamento e identifica uma maior procura por serviços meteorológicos em momentos de eventos extremos, como a atual estiagem especialmente no Sudeste, Centro-Oeste e Norte, que vem impactando as bacias hidrográficas desses locais.

Além da participação na FENASAN, a Climatempo estará presente na 17th IWA Conference on Small Water and Wastewater Systems (SWWS) and 9th IWA Conference on Resource Oriented Sanitation (ROS), evento internacional que será realizado de 10 a 14 de novembro em Curitiba (PR).

Nando Rodrigues (nando@gpcom.com.br)    

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