Encontro de executivos que atuam no saneamento abre o segundo e último dia do 9º Encontro Nacional das Águas

Promovido pela ABCON SINDCON, o ENA apontou o otimismo do setor com a expectativa de R$ 72,4 bilhões em novos projetos a serem licitados em 2025


Um encontro de CEO’s e executivos das maiores holdings que atuam no saneamento abriu o segundo e último dia do 9º Encontro Nacional das Águas, realizado em São Paulo.  Promovido pela ABCON SINDCON, a associação das operadoras privadas de saneamento, o ENA apontou o otimismo do setor com a expectativa de R$ 72,4 bilhões em novos projetos a serem licitados em 2025.

Para Roberto Barbuti, presidente do Conselho de Administração da entidade e também presidente do grupo Iguá Saneamento, a necessidade de parceria entre o poder público e a iniciativa privada para fazer frente à enorme demanda de investimentos do saneamento fez com que essas duas esferas se aproximassem. “Dessa forma, a ABCON SINDCON se tornou um player que hoje encaminha soluções para todo o setor”, explica.

De fato, as operadoras privadas estão ganhando destaque em um setor que precisa universalizar seus serviços até 2033. Em 2019, elas estavam presentes em apenas 5% dos municípios e, agora, já alcançam a marca de 1.648 municípios, o que representa 30% das cidades brasileiras. Para o presidente do grupo GS Inima Brasil, Paulo Roberto de Oliveira, as concessionárias privadas vão atender metade dos municípios brasileiros em breve.

Ele lembrou que a cidade de Ribeirão Preto, onde a GS Inima atua há quase 30 anos, foi uma das primeiras cidades a ter gestão privada no saneamento, e hoje se coloca entre os municípios que possuem os melhores índices de cobertura dos serviços de água e esgoto no país.

Modelos de negócios de empresas privadas no saneamento

Rogério Tavares, vice-presidente de relações institucionais da Aegea, disse que o grupo está aberto à análise de todos os modelos possíveis de novos projetos no saneamento. Ele conta que a Aegea passou de 4 mil funcionários em 2017 para os atuais 20 mil, em função da expansão da companhia nos últimos anos, ao assumir a empresa que pertencia ao governo estadual no Rio Grande do Sul, a Corsan, e outras concessões importantes, como a do Piauí, recentemente licitada.

“Esses números mostram que o marco legal veio para ficar, é um processo irreversível. Com essa expansão, as operadoras privadas assumiram um papel essencial para resgatar a enorme dívida social do saneamento, onde quem mais precisa do serviço e está à margem dele são exatamente os mais vulneráveis”, ponderou Tavares.

Marilene Ramos, diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Grupo Águas do Brasil, já há um histórico sobre o impacto das empresas privadas em serviços de saneamento. Ela apresentou no 9º ENA algumas das concessões bem-sucedidas do grupo, como a de Águas de Juturnaíba, cuja atuação foi fundamental para recuperar a Lagoa de Araruama, e a de Niterói, onde a companhia conseguiu resolver o crônico problema de falta de água na região oceânica.

Recém-chegada ao rol de empresas privadas, a Sabesp também antecipou contribuições que fará ao setor com seu novo modelo de negócios. “A empresa trará para o mercado várias inovações que irão fortalecer a parceria entre o público e o privado, e a ideia é que tenhamos no futuro melhores contratos para alcançar a tão sonhada universalização”, assinalou Samanta Souza, diretora de relações institucionais e sustentabilidade da Sabesp.

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