Estações de Tratamento de Água para Poços Artesianos é uma grande fonte a ser explorada
Por Cristiane Rubim Edição Nº 81 - Outubro/Novembro de 2024 - Ano 14 -
O mercado para Estações de Tratamento de Água de Poços Artesianos é uma grande fonte a ser explorado no Brasil. De acordo com o Instituto Trata Brasil, 88%
O mercado para Estações de Tratamento de Água de Poços Artesianos é uma grande fonte a ser explorado no Brasil. De acordo com o Instituto Trata Brasil, 88% dos mais de 2,5 milhões de poços tubulares do país ainda são clandestinos, portanto, ficam sujeitos a contaminações e problemas sanitários e ambientais, conforme estudo feito em parceria com o Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas da USP. O interessante dessa história é que a água captada de forma clandestina seria suficiente
para abastecer por um ano o Brasil. O estudo mostra que o Brasil já está entre os países que mais captam água subterrânea do mundo. Só que, além da necessidade de regularizá-los e monitorá-los, a água dos poços artesianos precisa passar por análises regulares e tratamento. É este o filão a ser explorado no mercado que precisa conhecer as vantagens e os benefícios de implementar ETAs que garantem água potável e segura e para diversos usos tanto para as cidades quanto para as indústrias.
Ilegais e sem tratamento
A maioria dos poços não legalizados é de pequenos comércios, indústrias, hotéis etc. “Diante do alto custo da água fornecida pelas companhias de saneamento, estes estabelecimentos acabam perfurando poços artesianos ilegais e utilizando a água sem o devido tratamento pelo custo para instalar e manter uma ETA” – adverte Wagner Santos, diretor Comercial e Técnico da Acqua Controll.
Há casos em que como a água se apresenta cristalina, nem as análises da água chegam a fazer. “Quem consome essa água, usuários dos comércios e hotéis, por exemplo, não têm noção da água que está chegando até as torneiras” – alerta Wagner Santos.
Já nas indústrias, a água do poço é usada em processos industriais e limpeza nos quais a exigência da qualidade da água é baixa. “Quando há a necessidade de se ter água com melhor qualidade para algum processo industrial, é instalada, sim, uma ETA, mesmo que o poço não seja legalizado. Entretanto, sem uma fiscalização sistemática, não ocorrerão muitas mudanças nesta estatística” – aponta.
Análises e aplicação
São feitas análises e utilizadas tecnologias avançadas e digitais nas ETAs de Poços Artesianos. “Para tratar a água de poço artesiano, é preciso realizar análises físico-químicas e microbiológicas para identificar pH, turbidez, condutividade, dureza, metais pesados e contaminação por coliformes, visando atender aos parâmetros da Portaria 888 do Ministério da Saúde para potabilidade” – explica Emílio Bellini Neto, diretor da Alphenz.
As tecnologias variam conforme a qualidade da água. “Pode incluir filtração, oxidação, precipitação, adsorção para remoção de contaminantes, como ferro e manganês, troca iônica para redução da dureza e desinfecção com cloro, ozônio ou UV. O monitoramento digital controla em tempo real vazão, pH e cloro, garantindo eficiência e segurança” – menciona.
Primeiro, é preciso saber qual será a aplicação da água a ser tratada, se será consumida ou utilizada em processo industrial, porque podem ter componentes específicos que precisam ser analisados, dependendo da finalidade da água. “Pedimos ao cliente análises físico-químicas e microbiológicas para entender as características da água a ser tratada: pH, turbidez, cor aparente, cloretos, ferro, cálcio, magnésio, manganês, coliformes e E. coli” – explica Cristine Rodrigues Abrantes de Oliveira, da engenharia da Águas Claras.
Conforme as análises e a aplicação da água, a Águas Claras dispõe de ETA com etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção. Outra opção indicada pela Águas Claras quando se trata de poços com as características físico-químicas compatíveis com o consumo é o filtro de pressão por carvão ativado, que retém partículas sólidas e remove impurezas, seguido de desinfecção.
Produção
Não existe forma única para a produção de água nas ETAs de Poços Artesianos. “A forma que preferimos adotar é receber a água bruta em um reservatório dedicado. A partir daí, bombeamos para sistemas específicos de potabilização da água, que são filtros pressurizados para remoção de ferro e manganês, abrandadores e demais sistemas de filtragem” – cita Santos. Por meio de análises laboratoriais da qualidade da água bruta, a Acqua Controll desenvolve soluções para remoção de ferro e manganês, abrandadores e desmineralizadores.
Bellini explica como funciona a produção de água nas modernas ETAs de Poço Artesiano, compactas e pressurizadas:
• Começa pela captação via bombas submersas;
• Seguida de pré-tratamento com filtração que remove os sedimentos;
• Filtração avançada utiliza filtros de areia, carvão ativado ou membranas que removem partículas menores e compostos orgânicos;
• Em casos de água dura, utiliza-se troca iônica.
• Após desinfecção com cloro, ozônio ou UV, a água é pressurizada e armazenada;
• O monitoramento digital automatiza o controle dos parâmetros de qualidade;
• No modelo de contratos tipo BOT (Build, Operate & Transfer), uma empresa projeta, constrói e opera a ETA, transferindo-a ao cliente após um período definido.
Cristine, da Águas Claras, também discorre sobre a produção de água:
• A água bruta do reservatório é enviada à ETA, passa pelo medidor de vazão Calha Parshall e, em seguida, entra na calha de floculação onde são dosados alcalinizante, coagulante e floculante, em pontos diferentes, para iniciar o tratamento da água;
• A calha de floculação possui chicanas que forçam o fluido a seguir por caminho sinuoso, fazendo a mistura da água bruta com os agentes químicos e a formação de flocos dos contaminantes presentes na água. Ao fim da calha de floculação, a água em tratamento é distribuída aos decantadores lamelares;
• Os decantadores lamelares são projetados para favorecer a decantação dos flocos de sujidade e equipados com placas lamelares que aumentam a superfície de decantação, maximizando a eficiência do processo. O líquido entra no equipamento abaixo das placas lamelares;
• Os flocos são direcionados ao fundo pela gravidade e no topo do tanque, acima das placas, se encontra a água clarificada, que é coletada e encaminhada para filtração;
• O filtro gravitacional conta com leito filtrante composto por carvão antracitoso e brita, que retêm partículas que porventura tenham sido arrastadas dos decantadores e pela remoção de outros compostos pela adsorção;
• Na saída do filtro, é dosado agente desinfectante para remoção dos patógenos, garantindo a potabilidade da água. Em ETAs para abastecimento público, é adicionada ainda a fluoretação conforme exigência do Ministério da Saúde.
Legalização
O que é preciso para legalizar e dispor de uma ETA de Poço Artesiano:
• Obtenção de autorização para perfuração e outorga de uso da água;
• Análise laboratorial para determinar a qualidade da água e o tipo de tratamento;
• Licenciamento ambiental;
• Garantir a conformidade com normas técnicas e realizar fiscalizações regulares;
• Investimento inicial em infraestrutura e manutenção contínua, principalmente em áreas remotas.
Fonte: Alphenz.
Para regularizar os poços artesianos, é preciso comprovar a qualidade da água. “Em diversas vezes, se faz necessário o uso de estações de tratamento para que esta água bruta atinja os requisitos exigidos pela legislação. Aí, sim, consiga-se a outorga ou dispensa de outorga exigida pela lei. A Águas Claras está sempre disponível para auxiliar os clientes sobre a normalização dos parâmetros de qualidade da água” – ressalta Cristine Rodrigues Abrantes de Oliveira.
Antes da instalação do equipamento, além dos laudos de análises físico-químicas e microbiológicas, são necessários requisitos físicos. “Fazem parte o reservatório de água bruta, o reservatório de água tratada e a construção de base tipo radier para alocar o equipamento, que são dimensionados de acordo com a capacidade da Estação de Tratamento a ser instalada” – explica Cristine Rodrigues Abrantes de Oliveira.
O reservatório de água bruta armazena a água captada para enviá-la à estação de tratamento. Enquanto o outro reservatório recebe a água tratada e pronta para utilização. Com os requisitos cumpridos, a ETA pode ser instalada e iniciar a operação, produzindo água tratada.
Autossuficiência
As ETAs de Poços Artesianos propiciam autossuficiência hídrica às cidades e indústrias. “Elas reduzem a dependência de sistemas públicos e garantem abastecimento constante às cidades e indústrias. Oferecem água de alta qualidade, adaptada às necessidades de cada aplicação, com menor custo operacional a longo prazo” – destaca Bellini, da Alphenz.
Além disso, promovem o uso sustentável dos recursos hídricos. “Valorizam propriedades e atraem investimentos industriais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida nas comunidades” – diz Emílio Bellini.
A água precisa possuir características mínimas de qualidade. “Nem sempre a forma como a água é encontrada na natureza atende a estes requisitos mínimos. As Estações de Tratamento transformam a água da forma que é encontrada na natureza em água própria para utilização” – ilustra Cristine, da Águas Claras.
Na área industrial, quando se precisa de grande volume de água e tem-se à disposição um aquífero, é muito mais viável tratá-la. “É importante ter a segurança de atender aos padrões requeridos para uso nos equipamentos ou processos” – aponta.
As Estações de Tratamento de Água de abastecimento das cidades são primordiais para fornecer segurança e qualidade de vida à população. “Parte da população ainda não tem acesso à água tratada, requisito básico de saúde. O contato ou o consumo de água contaminada causam problemas à Saúde Pública. A Águas Claras Engenharia visa estar cada vez mais presente em locais onde o tratamento de água parece distante” – afirma Cristine Rodrigues Abrantes de Oliveira.
As ETAs de Poços Artesiano beneficiam cidades e indústrias. “Para o usuário, traz maior garantia de fornecimento de água por não depender somente das companhias de saneamento e assegura água adequada para uso. Para as cidades, reduz a pressão sobre uso da água fornecida pela companhia de saneamento” – ressalta Santos, da Acqua Controll.
Impactos
Além de aliviarem a pressão sobre a rede pública de abastecimento, oferecem outras vantagens. “As ETAs de poços artesianos melhoram a eficiência do sistema e asseguram fornecimento mais estável. Para a população, garantem água segura e potável, reduzindo o risco de doenças. Para as indústrias, garantem abastecimento contínuo e reduzem os custos operacionais” – elenca Emílio Bellini, da Alphenz.
Preservam também os recursos hídricos. “Elas aumentam a resiliência hídrica das cidades diante das crises e mudanças climáticas” – aponta Emílio Bellini.
Além de água potável e minimizar os riscos de doenças causadas pelo consumo de água contaminada, a implantação de ETAs melhora a qualidade de vida da população e reduz gastos com a Saúde Pública. “Auxilia ainda no desenvolvimento sustentável e na educação e na conscientização da população quanto à preservação ambiental e a conservação dos recursos hídricos” – pontua Cristine, da Águas Claras.
Uma ETA bem projetada e operada corretamente traz segurança da qualidade da água produzida. “Para as cidades, gera impacto positivo devido à redução de doenças de transmissão hídrica e ao aumento da disponibilidade do fornecimento de água à população. Para as indústrias, garante menor dependência de água da companhia de saneamento e com custo menor” – enfatiza Wagner Santos, da Acqua Controll.
Contato das empresas
Acqua Controll: www.acquacontroll.com.br
Águas Claras: www.aguasclarasengenharia.com.br
Alphenz: www.alphenz.com.br