Entidades do setor manifestam preocupação com os impactos da Reforma Tributária sobre os serviços de água e esgoto

A votação do PLP 68/2024 na Câmara dos Deputados pode trazer consequências significativas tanto para as tarifas pagas pela população quanto


A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e outras entidades do setor manifestam preocupação com os impactos da Reforma Tributária sobre os serviços de água e esgoto. A votação do PLP 68/2024 na Câmara dos Deputados pode trazer consequências significativas tanto para as tarifas pagas pela população quanto para os investimentos necessários à universalização do saneamento no Brasil.

Entre os pontos destacados, estão:

Impacto tributário subestimado: a inclusão dos serviços de água e esgoto entre os serviços de saúde com redução de 60% na alíquota do IBS e CBS gerará um impacto de apenas 0,2 ponto percentual, e não 0,38 como informado pelo Governo. A divergência decorre de cálculos que incluem atividades não contempladas no texto aprovado pelo Senado, como resíduos sólidos.

Cashback insuficiente para reduzir tarifas: o cashback proposto pelo Governo não elimina o aumento das tarifas para a população de baixa renda. Mesmo os beneficiários da tarifa social, que terão direito ao cashback, sofrerão um aumento mínimo de 6,5% nas contas de água e esgoto.

Exclusão de parte da população vulnerável: famílias com renda per capita um pouco acima de meio salário-mínimo não terão acesso ao cashback e arcarão com o aumento integral de 18% nas tarifas.

Risco aos investimentos em universalização: a universalização dos serviços de água e esgoto demanda investimentos superiores a R$ 890 bilhões. Desde 2020, foram contratados R$ 160 bilhões em projetos que abrangem 1.387 municípios, mas o aumento da carga tributária pode desacelerar esses investimentos e inviabilizar novos projetos, comprometendo o alcance das metas estabelecidas pela lei.

Diante desse cenário, a ABES reforça a importância de manter o texto aprovado pelo Senado Federal, que apresenta uma solução mais equilibrada para o setor e para os brasileiros.

A reforma tributária é um passo importante para o país, mas precisa garantir que o acesso aos serviços de saneamento não seja comprometido, especialmente para as populações mais vulneráveis.

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