*Luiz Massuchetto

A água tratada é essencial para garantir a saúde da população e permitir desenvolvimento social e econômico de um país. O acesso à água potável segura é um direito humano fundamental, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2010. No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água tratada potável e 74 milhões não contam com serviço de coleta de esgoto. Este panorama visa ser revertido com o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, estabelecido pela Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020, que busca atender 99% da população com abastecimento de água potável e 90% com coleta de tratamento de esgoto de todas as localidades brasileiras até 2033.

Entretanto, o cenário do saneamento básico brasileiro ainda passa por um grande desafio. Com o agravamento da qualidade da água disponível para captação por ação de poluição, desmatamento e mudanças climáticas, associados a fatores como: o aumento da demanda de água pela população, infraestrutura de estações de tratamento e orçamento disponível sobrecarregados, produtos químicos limitados, técnicas de tratamento ultrapassadas, exigem que o mercado busque por tecnologias de ampla atuação, alta qualidade e eficácia.

Neste cenário, o Dióxido de Cloro (ClO₂), substância obtida a partir do Clorito de Sódio, tem se mostrado eficaz como um poderoso agente de oxidação e desinfecção tanto no tratamento de água potável quanto no tratamento de efluentes industriais e domésticos.

Ao contrário de agentes de desinfecção tradicionais, um dos benefícios do Dióxido de Cloro é sua capacidade de realizar desinfecção sem deixar resíduos prejudiciais ao ser humano quando reage com matéria orgânica, como os trihalometanos, compostos químicos comprovadamente cancerígenos. Além disso, o Dióxido de Cloro é um biocida muito potente que elimina efetivamente uma grande variedade de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos, protozoários e esporos que podem ser prejudiciais para a saúde humana, sendo ideal para garantir a segurança da água que está sendo distribuída à população

O Dióxido de Cloro também age de forma eficaz na eliminação de compostos que são responsáveis por causar gosto e odor na água. Outra vantagem é a atuação na remoção e combate a formação de biofilmes em tubulações e reservatórios, prevenindo a proliferação de microrganismos e a perda da qualidade da água tratada.

A ação do Dióxido de Cloro não se restringe às substâncias orgânicas, apresentando uma excelente capacidade de oxidação de substâncias inorgânicas. Para águas que apresentam teores elevados de ferro e manganês a utilização do Dióxido de Cloro é indicada devido a sua ação rápida e eficiente na remoção destes compostos.

Além de sua eficácia química e microbiológica, o emprego do Dióxido de Cloro potencializa a ação dos demais produtos químicos utilizados no tratamento da água, otimizando os processos e garantindo uma água de maior qualidade a um custo mais atrativo.

Conclusão

O Dióxido de Cloro tem se mostrado uma ferramenta extremamente poderosa no tratamento de água e efluentes. Com controle de odor e sabor, desinfecção sem geração de resíduos, alto controle microbiano, atuante em ampla faixa de pH e o amplo espectro de ação contra substâncias orgânicas e inorgânicas, torna-se a escolha ideal para protocolos de tratamento que visam garantir um equilíbrio entre alta eficiência, baixo custo e elevada segurança da água.

*Luiz Henrique Parolin Massuchetto é engenheiro químico e especialista de Desenvolvimento e Aplicação na Sabará Químicos e Ingredientes.

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