Consequências do carnaval no saneamento básico, contaminação da água, o ar e o solo

O glitter utilizado em fantasias chega aos oceanos e compromete a cadeia alimentar marinha


O carnaval, uma das maiores celebrações culturais do Brasil, atrai milhões de foliões que se preparam para dias de festividades e alegria. No entanto, ao lado da euforia e do entusiasmo, surgem também sérios impactos ambientais. Práticas como o descarte inadequado de lixo nas ruas, o uso excessivo de plásticos e o consumo de acessórios e fantasias não sustentáveis têm consequências diretas no saneamento básico, contaminando a água, o ar e o solo.

Entre os principais elementos usados nas festividades, o glitter é um dos mais comuns. Composto por microplásticos que não se degradam naturalmente, esse adereço é formado por placas de PET ou PVC revestidas com alumínio, que, após serem tingidas em diversas tonalidades, recebem uma camada transparente adicional para preservar sua cor e dar maior consistência ao alumínio. Em seguida, essas placas são fragmentadas em pequenas partículas.

Devido ao seu tamanho reduzido, o glitter não pode ser retido pelos sistemas de tratamento de esgoto. Durante o carnaval, quando é amplamente utilizado em decorações corporais, o produto, ao ser removido, é levado pelas águas e acaba chegando aos rios e mares. Nesse ambiente, o plástico presente em sua composição contribui significativamente para a poluição.

De acordo com um estudo realizado pelo Blue Keepers, projeto vinculado ao Pacto Global das Nações Unidas (ONU), o Brasil é responsável por 3,44 milhões de toneladas de plástico que são lançados nos oceanos a cada ano. Esses fragmentos de lixo não biodegradáveis podem ser ingeridos por animais marinhos, prejudicando o início da cadeia alimentar aquática, afetando os plânctons, que servem de alimento para os peixes, os quais, por sua vez, são consumidos pelos seres humanos.

Para evitar o uso de materiais prejudiciais ao meio ambiente, existem alternativas sustentáveis de substituição do glitter convencional. O pó de mica, por exemplo, é originado de minerais naturais com brilho intenso e diversas tonalidades. Outras opções, como o glitter ecológico ou o caseiro, também permitem a diversão de forma consciente, sem causar impactos ambientais.

"Durante o carnaval, é fundamental adotar cuidados para evitar a contaminação e a poluição do meio ambiente. O uso consciente de recursos, como materiais biodegradáveis e o descarte correto de resíduos, contribui para a preservação da natureza. A diversão pode e deve ser aliada à responsabilidade ambiental, garantindo que as festividades não deixem um legado negativo para o planeta”, pontua Mateus Banaco, diretor-geral da Atibaia Saneamento.

Sustentar Comunicação Estratégica

Thais R Croitor – thais@sustentar.ag

(11) 4260.9822 

 

Publicidade