Como a reciclagem pode ir além da preservação ambiental e se tornar uma fonte de geração de emprego e renda?
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Encontro reuniu mais de 100 participantes e lançou programa de educação ambiental para gestão de resíduos
Como a reciclagem pode ir além da preservação ambiental e se tornar uma fonte de geração de emprego e renda? De que forma políticas públicas e parcerias com a iniciativa privada podem estruturar a coleta seletiva e fortalecer as cooperativas? Essas foram algumas das questões debatidas no evento promovido pela Recicla Latas, entidade gestora responsável pelo aperfeiçoamento do processo de reciclagem de latas de alumínio no Brasil, realizado nesta terça-feira (25), em Rio Grande da Serra (SP).
Com a presença de mais de 100 participantes, entre gestores públicos, cooperativas, empresários e especialistas, o encontro abordou iniciativas para reduzir o impacto ambiental e impulsionar a economia circular. O prefeito de Rio Grande da Serra, Akira Auriani, e a subprefeita, Vilma Marcelino, marcaram presença e destacaram o compromisso do município com políticas voltadas à sustentabilidade.
Na abertura, Marcelo Marcondes, secretário de Meio Ambiente e reitor do Instituto da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA), apresentou o Programa Recomeça Rio Grande, que aposta em tecnologia e educação para a implementação de políticas ambientais eficazes. Em seguida, Flavio Nakaoka, secretário adjunto, detalhou o Programa Recicla RGS, voltado à conscientização da população sobre o descarte correto de resíduos. O projeto já está em fase piloto na cidade, com a instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) para materiais específicos e a coleta seletiva realizada por cooperativas.
Renata Vilarinho, diretora institucional da Recicla Latas, destacou a reciclagem de latas de alumínio como um modelo bem-sucedido de economia circular no Brasil. “A lata de alumínio é reciclada em sua totalidade, gerando benefícios ambientais e sociais. Além disso, oferecemos ferramentas como o caderno da reciclagem e o guia de boas práticas para cooperativas, fortalecendo toda a cadeia de resíduos e ampliando a capacitação de gestores públicos”, afirmou Vilarinho.
A relação entre a economia circular e as mudanças climáticas também esteve em pauta. André Castilho, sócio do Cipriano e Castilho Advogados, ressaltou a importância de repensar os modelos produtivos para enfrentar a crise climática. “A economia circular não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente para mitigar os impactos ambientais. Quando empresas, poder público e sociedade civil trabalham juntos, criamos soluções mais eficientes e duradouras para o futuro”, destacou.
Além dos debates, o evento formalizou novas parcerias para ampliar a atuação conjunta entre os setores público e privado. A ANAMMA firmou um termo de cooperação com a Polen, startup especializada em logística reversa de embalagens e renovou, por mais quatro anos, o acordo com a Recicla Latas. Para Marçal Cavalcanti, presidente da ANAMMA, essa colaboração fortalece a capacitação de gestores públicos e amplia o alcance das políticas ambientais. “Esse é um avanço para os municípios, pois a agenda de cooperação para formação de gestores é ampliada, e assim, vamos unificando nossos esforços”, destacou Cavalcanti.
Ao longo do encontro, também foram apresentadas novas iniciativas de educação ambiental da Polen, como o programa Ondas do Futuro, que oferece capacitação gratuita para gestores públicos interessados em aprimorar a gestão de resíduos e a implementação da logística reversa.
Bruna Barbosa (bruna@benditaimagem.com.br)